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Democratas x Republicanos: o que esperar da eleição de meio mandato nos EUA?

As midterms desta terça (8) podem levar a mudança no controle do Senado e da Câmara.

Nesta terça-feira (8), eleitores dos Estados Unidos vão às urnas para as chamadas midterm elections (eleições de meio termo). Os americanos vão decidir quais partidos vão controlar a Câmara e o Senado. 

Essas eleições têm grande impacto nos próximos dois anos, já que trazem desdobramentos para a economia global, assim como para países como o Brasil.

É aguardado que as midterms sejam um “banho de água fria” para os democratas – que hoje lideram as duas casas legislativas.

Como serão as midterms em 2022?

Serão escolhidos 435 deputados da Câmara Federal do país (Câmara dos Representantes) e 35 dos 100 senadores. Governadores também serão escolhidos para 36 dos 50 estados dos EUA. 

O Congresso atual é formado por 220 democratas, 212 republicanos e três cadeiras vagas, enquanto que o Senado é dividido em partes iguais, porém, os democratas têm direito a voto de desempate. A vice de Joe Biden, Kamala Harris, também é presidente do Senado. 

Mas para garantir a maioria – no Congresso – democratas ou republicanos devem ter ao menos 218 cadeiras. O panorama atual mostra os republicanos à frente na disputa por 216 cadeiras; os democratas, em 199. Outros 20 assentos têm corrida competitiva.

Há uma tendência de que o partido de oposição ao presidente dos Estados Unidos consiga avançar nas eleições de meio de mandato. O que sugere ser esperado que o eleitor americano vote na oposição para ‘garantir um equilíbrio’.

Os Estados Unidos vive a escalada do aumento dos preços, uma inflação que ainda não demonstra sinais de controle apesar da alta dos juros no país. E isso também deve pesar nessas eleições.

Como as eleições americanas afetam o mercado de ações?

Embora normalmente atraiam menos atenção do que uma eleição presidencial, as eleições de meio de mandato são importantes porque podem levar a uma mudança no controle do Senado e da Câmara dos Deputados dos EUA. Isso pode ter um impacto significativo na política, nas leis e nas relações externas – assim como no mercado de ações.

Para avaliar o impacto neste último caso, analistas do US Bank estudaram os dados de mercado disponibilizados pela “Bloomberg” referentes aos últimos 60 anos (e as 15 eleições de meio de mandato realizadas durante esse período). A intenção era identificar os padrões do ciclo eleitoral de meio de mandato.

No entanto, esse desempenho foi separado em duas categorias: eleições pré-intermediárias e eleições pós-intermediárias. No primeiro caso, o índice S&P 500 tem historicamente um desempenho inferior no ano que antecedeu as eleições de meio de mandato.

O retorno médio anual do índice americano nos 12 meses anteriores a uma eleição de meio de mandato é de 0,3% – significativamente inferior à média histórica de 8,1%. Para chegar nessa média, foram excluídas as cinco eleições de meio de mandato nas décadas de 1960 e 1970.

Já no período eleitoral pós-intermediário, a história muda. O S&P 500 historicamente superou o mercado no período de 12 meses após as eleições de meio de mandato, com um retorno médio de 16,3%. Em especial para os períodos de um e três meses após as eleições de meio de mandato, que historicamente superaram significativamente os anos sem as midterms.

A explicação dos analistas do US para o desempenho inferior nos 12 meses anteriores às eleições de meio de mandato e desempenho superior nos 12 meses seguintes é a incerteza política. Sem saber qual partido político terá maioria no Congresso, não está claro quais políticas sociais e econômicas terão prioridade.

A questão é que, com essa teoria, o resultado das midterms não tem impacto perceptível no desempenho geral do mercado de ações, segundo a análise. O partido ou partidos que controlam o Congresso – e se eles mudam após uma eleição de meio de mandato – historicamente não é um indicador do desempenho do mercado.

Neste caso, a saúde da economia é um fator muito mais importante do que os resultados das eleições, de acordo com os analistas do US. A última vez que o índice S&P 500 produziu retornos negativos durante os 12 meses após uma eleição de meio de mandato foi em 1939 – uma época de extrema contração econômica e incerteza enquanto os Estados Unidos lutavam contra a Grande Depressão – e a Segunda Guerra Mundial começava na Europa.

Mas o relatório do banco americano reitera que, a combinação de inflação alta, guerra na Ucrânia e uma pandemia que ainda não acabou torna este ciclo diferente dos anos anteriores das midterm elections – o que significa que volatilidade ainda pode ser esperada.

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