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Economia

Ficou sabendo? Receita do Google cai; Microsoft e Spotify surpreendem em balanço

Receita de publicidade do Google (US$ 54,48 bi) vem abaixo da previsão; divisão de computação em nuvem da Microsoft cresceu 35%; Spotify teve acréscimo de 23 milhões de usuários ativos mensais.

Fachada de escritório do Google em Nova York, EUA 10/02/2022 REUTERS/Paresh Dave

Dona do Google tem queda na receita trimestral

A Alphabet, controladora do Google (GOGL34), divulgou nesta terça-feira receita trimestral abaixo das estimativas de Wall Street, uma vez que os anunciantes cortaram gastos diante da desaceleração econômica.

Os dados reforçam preocupações de analistas de que a inflação continuará prejudicando os investimentos em publicidade. Na semana passada, a Snap anunciou sua menor taxa de crescimento de receita, o que a fez perder cerca de 40 bilhões de dólares em valor de mercado.

A ação da Alphabet caía 4,8% no after market.

A receita de publicidade do Google foi de 54,48 bilhões de dólares no terceiro trimestre, ante 53,13 bilhões um ano antes. A previsão média de analistas era de 56,78 bilhões.

“Estamos trabalhando para realinhar recursos para nossas maiores prioridades de crescimento”, disse Ruth Porat, diretora financeira da Alphabet, em comunicado.

A empresa disse que a receita total foi de 69,09 bilhões de dólares no trimestre encerrado em 30 de setembro, ante 65,12 bilhões um ano antes. Analistas, em média, esperavam receita de 70,58 bilhões de dólares, segundo dados da Refinitiv.

“O resultado neste trimestre prova que o Google não está imune aos desafios enfrentados pelo setor de publicidade digital”, disse Jesse Cohen, analista sênior da Investing.com.

Os resultados da Alphabet preocupam outras empresas do setor, especialmente a Meta, dona do Facebook e Instagram.

O lucro líquido da Alphabet caiu para 13,91 bilhões de dólares, ou 1,06 dólar por ação, de 18,94 bilhões, ou 1,40 dólar por ação, um ano antes.

Microsoft é puxada por computação em nuvem

A Microsoft (MSFT34) divulgou também que teve receita de primeiro trimestre fiscal acima do esperado pelo mercado, puxada pelo segmento de computação em nuvem, que ajudou a amortecer queda nos negócios com computadores pessoais.

Um portfólio diversificado de produtos, incluindo Outlook e Teams, tornou a Microsoft essencial para empresas que adotam modelos de trabalho flexíveis e isso ajudou a gigante do software a reter e atrair clientes em um momento em que uma desaceleração econômica mais ampla minou os investimentos das empresas.

A divisão de computação em nuvem Azure cresceu 35% nos três meses encerrados em 30 de setembro, mas não atingiu a meta de 36,5% dos analistas compilada pela Visible Alpha devido à valorização do dólar. Excluindo fatores cambiais, a divisão cresceu 42%.

A divisão mais ampla “Intelligent Cloud” da Microsoft registrou um aumento de 20% na receita, para 20,33 bilhões de dólares no trimestre passado, quase em linha com as estimativas de 20,37 bilhões dos analistas, segundo dados da Refinitiv.

Mas a receita com instalações OEM do Windows despencou 15%, já que as vendas de computadores recuaram ante os recordes atingidos durante a pandemia e diante da alta da inflação.

A Microsoft teve faturamento de 50,12 bilhões de dólares no trimestre, em comparação com 45,32 bilhões um ano antes. Analistas esperavam, em média, 49,61 bilhões, segundo dados da Refinitiv.

O lucro líquido caiu para 17,56 bilhões de dólares, ou 2,35 dólares por ação, ante 20,51 bilhões, 2,71 por papel, um ano antes.

Receitas do Spotify superam estimativas no 3º tri

 O serviço de streaming de áudio Spotify superou nesta terça-feira as estimativas de Wall Street para receita e ganhos de assinantes no terceiro trimestre, mas disse que as condições econômicas desafiadoras levaram a um crescimento de receitas com publicidade mais lento do que o previsto.

A Spotify disse que as margens do terceiro trimestre ficaram abaixo da previsão, culpando “alguma suavidade na publicidade”, flutuações cambiais e pagamentos retroativos de royalties a compositores e editores de música.

“Este é um indicador precoce das preocupações que as empresas estão tendo sobre a economia”, disse o presidente-executivo da Spotify, Daniel Ek, à Reuters. “Não estamos preocupados com o longo prazo, mas definitivamente está nos impactando no curto prazo e contribuiu para o impacto na margem bruta que tivemos neste trimestre também.”

O número de usuários ativos mensais subiu para 456 milhões no terceiro trimestre, um acréscimo de 23 milhões em três meses e acima da própria previsão da companhia e das estimativas dos analistas, de 448,6 milhões.

Os assinantes premium, que respondem pela maior parte da receita da empresa, cresceram 13%, para 195 milhões, superando as estimativas de analistas, de 194 milhões.

A receita suportada por anúncios cresceu 19% no trimestre, para 385 milhões de euros, com crescimento de dois dígitos em todas as regiões, exceto na Europa, onde a Spotify disse que viu o impacto das condições econômicas desafiadoras.

As ações da Spotify acumulam queda de 58,5% este ano, refletindo as preocupações do mercado com a alta da inflação e receios sobre recessão.

A receita do trimestre somou 3 bilhões de euros, um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano passado e consistente com as estimativas de analistas, segundo dados da Refinitiv.

A margem bruta caiu para 24,7%, abaixo das expectativas da empresa, que citou fraqueza no mercado publicitário e um grande contrato fora dos EUA.

A companhia teve prejuízo operacional de 228 milhões de euros, acima das projeções dos analistas de 168,6 milhões.

A Spotify estimou que atingirá 479 milhões de usuários ativos mensais no quarto trimestre, um acréscimo de 23 milhões. A empresa também previu que adicionará 7 milhões de assinantes premium, elevando o número total para 202 milhões.

Com isso, a receita do quarto trimestre somará 3,2 bilhões de euros, com prejuízo operacional de 300 milhões de euros.

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