Com a liquidação do Banco Master, quase R$ 50 bilhões de recursos investidos em CDBs da instituição por pessoas físicas devem voltar para a economia. E uma grande parte desse dinheiro, sem dúvida, será reinvestido em outros produtos financeiros, especialmente dívida bancária, como CDBs, LCIs e LCAs. Como acontece em qualquer mercado, a maior demanda deve fazer com que os preços desses títulos subam – e, consequentemente, as taxas pagas ao investidor caem.

É essa dinâmica que pode mexer com as carteiras de alguns investidores, trazendo alguma volatilidade no curto prazo. E, para quem for adquirir um produto nas plataformas a partir de agora, as taxas podem aparecer marginalmente menores.

O dinheiro vai reingressar no mercado porque os investidores de CDBs do Master receberão de volta os recursos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que cobrirá a vasta maioria dos depósitos. E diversas plataformas já estão preparando campanhas para estimular os clientes a trazerem os recursos, já que todos os que têm direito ao ressarcimento do FGC precisam cadastrar uma corretora onde o dinheiro será depositado.

Fundos de investimentos de alta liquidez, como os fundos DI, também podem ser destino desse dinheiro que virá do FGC. E, com mais caixa disponível, esses fundos também podem acabar elevando a procura pelos títulos de renda fixa.

O FGC garante a cobertura de aplicações em CDBs, poupança, RDB, LCI e LCA dentro de um limite de R$ 250 mil por CPF, ainda que as aplicações tenham sido feitas em bancos ou corretoras diferentes. O limite vale também para o total investido em um único emissor.

O próximo passo agora é o liquidante nomeado pelo BC montar a lista de todos os credores e os respectivos valores devidos até a data da liquidação para definir os pagamentos. Os títulos garantidos pelo fundo – caso dos CDBs – não podem mais ser negociados no mercado secundário, ou seja, vendidos às corretoras para serem comprados por outro investidor.