Ainda assim, analistas avaliam que o setor chega a outubro com bases mais favoráveis. A forte correção no fim de setembro reduziu operações muito alavancadas e derrubou o chamado índice de “medo e ganância” para patamares historicamente associados a momentos de virada. Além disso, grandes investidores voltaram a comprar e organizações descentralizadas (DAOs), que funcionam sem controle central, seguem acumulando ativos digitais, sustentando a demanda.
Outro ponto que anima parte do mercado é a sazonalidade. Outubro ganhou o apelido de “Uptober”, devido ao histórico de fortes altas nesse mês: em média, o bitcoin já registrou ganhos de mais de 20% nesse período em anos anteriores. Esse otimismo também se apoia na expectativa de que reguladores americanos possam aprovar novos fundos de índice (ETFs) ligados a altcoins, como Solana, XRP e Litecoin, além de um ETF de Ethereum com staking — produtos que facilitam o acesso de investidores institucionais ao setor.
No curto prazo, porém, o risco de um shutdown prolongado nos EUA e a possibilidade de dados mais fracos do mercado de trabalho ainda podem trazer volatilidade. Para outubro, o balanço é de cautela no início, mas com expectativa de que os ativos digitais retomem o fôlego ao longo do mês.
Desempenho dos principais criptomoedas
Veja as cotações das principais criptomoedas às 8h35:
Bitcoin (BTC): + 3,12%, US$ 116.484,23
Ethereum (ETH): + 3,33%, US$ 4.302,88
XRP (XRP): +3,46%, US$ 2,94
BNB (BNB): 1,59%, US$ 1.027,79
Solana (SOL): + 5,60%, US$ 217,74
Outros destaques do dia:
TRON (TRX): + 0,68%, US$ 0,3391
Principais notícias do setor cripto
BC propõe regras para equiparar stablecoins ao câmbio tradicional. O Banco Central abriu a Consulta Pública nº 124/2025, que propõe equiparar operações internacionais com stablecoins, como USDT e USDC, às transações de câmbio tradicional. A medida busca eliminar a zona cinzenta regulatória, exigindo que fintechs e exchanges atuem como instituições de pagamento autorizadas ou em parceria com bancos. Entre as mudanças, estão novas exigências de governança, conta exclusiva para remessas e apresentação do custo total da operação (VET) ao cliente. O BC também prevê códigos específicos para identificar remessas envolvendo criptoativos, aumentando a rastreabilidade e a supervisão.
Justiça testa ferramenta para bloquear criptomoedas no Brasil. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) informou que o CriptoJud, sistema criado para bloquear criptomoedas em corretoras nacionais, está em fase de testes. A ferramenta permitirá que juízes transmitam ordens de bloqueio, custódia e liquidação de ativos digitais diretamente às plataformas, sem necessidade de ofícios manuais. O projeto complementa o SisbaJud, que não alcança criptoativos, e deve acelerar a cobrança de dívidas em processos judiciais. O CNJ também desenvolve o Sniper BC, que terá a função de mapear e tornar indisponíveis outros bens de devedores.