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Negócios

‘As aéreas me procuraram’, diz França sobre passagens a R$ 200

Segundo o ministro de Portos e Aeroportos, Marcio França, a ideia das empresas é “desmitificar” a percepção pública de que as passagens são caras no país.

O “Voa, Brasil”, como está sendo chamado um programa para vender passagens aéreas a R$ 200 para determinados públicos, como aposentados, servidores públicos e estudantes participantes do Fies, será estruturado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em parceria com as empresas do setor.

O trabalho deverá estar pronto até julho, segundo afirmou na véspera o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), ao deixar um evento promovido pela Associação Brasileiro dos Armadores de Cabotagem (Abac), no Rio.

Ainda segundo França, foram as companhias aéreas que procuraram o governo para propor o programa, já que o objetivo das aéreas é “desmitificar” a percepção pública de que as passagens são caras no país. Após anunciar os planos na segunda-feira, 13, o ministro já havia dito que a Gol (GOLL4) e a Azul (AZUL3) estavam participando; agora, a Latam também sinalizou positivamente sobre o assunto.

Procuradas pelo InvestNews, a Gol disse em nota que “está sempre à disposição para contribuir com o Governo na viabilização de um projeto que amplie ainda mais o acesso da população ao transporte aéreo”.

Já a Azul disse ver com bons olhos “a iniciativa apresentada pelo presidente Lula” para incentivar aposentados, estudantes e funcionários públicos a utilizarem o transporte aéreo. Logo, a companhia não disse ter procurado o ministro, mas que está “aberta e disposta a conversar sobre o projeto que vai beneficiar grande parte da população brasileira”. Ambas as companhias não responderam se a medida vai impactar as suas receitas.

Em 2022, a taxa média de ocupação das aeronaves da Gol estava em 81% e da Azul, em 77%. Especula-se que a taxa de desocupação das aeronaves é que deverá ser ofertada no Voa Brasil, o que deve impulsionar as receitas, apesar do menor valor oferecido. Ainda não se sabe se a oferta de rotas para o programa será limitada e fora dos principais destinos em que há maior demanda.

Aeroporto Internacional de Guarulhos 19/12/2022 REUTERS/Carla Carniel

Para quem é destinado o Voa Brasil?

França disse que o programa focaria em clientes com renda de até R$ 6,8 mil, para servidores, aposentados e pensionistas, além de estudantes com Fies. O modelo seria baseado numa espécie de “crédito consignado“.

O programa não vai incluir recursos públicos, segundo o ministro, que afirmou que o papel do governo seria apenas “organizar e divulgar” o programa. Segundo França, bancos privados e companhias aéreas não precisariam, necessariamente, de medidas do governo para oferecer crédito consignado para a venda de passagens aéreas, mas as instituições públicas, como Caixa e Banco do Brasil (BB) poderiam operar no programa.

“A proposta das empresas é trabalhar com clientes que tenham renda mensal fixa”.

marcio frança

O ministro sugeriu ainda a participação das concessionárias de aeroportos. Nesse caso, numa “segunda etapa” do programa, as administradoras dos terminais aéreos poderiam reduzir as taxas de embarque, que compõem o preço final das passagens, para ajudar no barateamento.

“Não tenho sentido que as concessionárias dos aeroportos não ajudem”, disse França, lembrando que o aumento do número de voos, com a ampliação da base de clientes das companhias aéreas, significaria um aumento na receita global das concessionárias com as taxas.

Segundo o ministro, uma vez que o programa tenha seu desenho final, em julho, ele será apresentado à Casa Civil e ao governo federal como um todo. Na terça-feira, 14, um dia após os planos sobre o programa virem a público, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reclamou publicamente da divulgação de propostas sem o aval do governo. Conforme Lula, medidas propostas pelo governo só poderiam ser anunciadas após passar pela Casa Civil.

Com informações da Agência Estado

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