A Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu pela aprovação, sem restrições, do acordo entre o Banco de Brasília (BRB) e o Banco Master, conforme ato de concentração publicado no site do órgão regulador nesta terça-feira (17).
A aprovação pelo Cade torna-se definitiva após 15 dias, caso não haja manifestação pelo Tribunal do Cade ou recursos por terceiros interessados.
O Banco de Brasília (BRB) é controlado pelo governo do Distrito Federal, e o Master é comandado por Daniel Vorcaro. O acordo trouxe alívio às preocupações de agentes do sistema financeiro com a liquidez do Master.
O BRB adquiriu 49% das ações ordinárias (com direito a voto), 100% das ações preferenciais, totalizando 58% do capital do Master. Com isso, embora o controle formal permaneça com Vorcaro, que manterá 51% das ações ordinárias, na prática as instituições formarão um único conglomerado prudencial, no que as partes chamam de “co-controle”.
De acordo com apuração do jornal Valor Econômico, o acordo teve apoio do Banco Central e veio em um momento-chave para o Master, que enfrentava crescentes desafios com suas fontes de captação. Ainda segundo o jornal, o banco de Vorcaro terminou dezembro com um volume de depósitos de R$ 50 bilhões, montante que equivale a quase metade da liquidez do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de R$ 107,8 bilhões.
Isso significa que, em um cenário hipotético de quebra do Master, boa parte da disponibilidade imediata do fundo seria comprometida para honrar os depósitos do banco — o que gerava crescente apreensão no setor bancário.
O negócio foi visto como uma vitória para Vorcaro, que vinha tentando buscar fontes de captação, o chamado funding, mais barato e melhorar sua governança. Segundo os bancos, o BRB consegue captar dinheiro a 89% do CDI, enquanto o Master pagava cerca de 120%.
Gestão
Com o acordo, Daniel Vorcaro deixa posto de CEO e irá para o conselho de administração. As operações devem permanecer separadas, com “compartilhamento de governança, expertise, sinergias e coordenação estratégica e operacional”, segundo comunicado oficial.
O acordo terá investimento de R$ 2 bilhões e transformará o BRB em um dos dez maiores bancos brasileiros em carteira de crédito, com uma base de 15 milhões de clientes, de acordo com declarações de Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, em entrevista ao portal Metrópoles.