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Negócios

CEO da Mills diz que desafio é ser player relevante no ramo de linha amarela

Sérgio Kariya, presidente da líder no aluguel de plataformas elevatórias, conta que empresa diversificou receitas para se proteger de momentos cíclicos.

CEO da Mills, Sergio Kariya Crédito: Divulgação

Mills (MILS3), empresa líder de mercado na locação de equipamentos em altura como plataformas elevatórias, que atua há 70 anos no mercado, quer investir pesado no setor de “linha amarela”, com o aluguel de máquinas pesadas utilizadas na movimentação de terra no agronegócio e construção civil.

O objetivo da companhia é pulverizar as fontes de receita e escapar da vulnerabilidade de momentos cíclicos como é o da construção civil. Máquinas de linha amarela são aquelas mais usadas no setor, como retroescavadeiras, empilhadeiras, tratores, escavadeiras e motoniveladores.

De acordo com o CEO da empresa, Sergio Kariya, a entrada da companhia no setor da linha amarela tem como objetivo participar de um mercado que é mais resiliente, como é o caso do agronegócio no Brasil, para aumentar a previsibilidade do fluxo de caixa e maior tempo de contrato de aluguel.

“A ideia é buscar setores mais perenes da economia porque não se aplica unicamente em construção, você acaba aplicando em outros setores como agro, mineração e florestal”, afirmou.

Além disso, a estimativa é que o setor de linha amarela chegue a ser dez vezes maior do que o de aluguel de equipamentos elevatórios.

“Nosso desafio é continuar crescendo e penetrando o conceito de plataformas elevatórias substituindo andaimes e escadas. E um desafio importante é a gente ser um player relevante no setor de pesados, de linha amarela.”

Sergio Kariya

Modelo de negócio

Fundada em 1952, a Mills possui três modelos de negócio, em busca de diversidade dos seus investimentos e receitas. A companhia, que representa 30% do mercado brasileira, possui 55 filiais em todo o país e mais de 8.400 clientes.

O negócio que originou a companhia, com soluções de engenharia de cimbramento [formas e escoramentos] de infraestrutura de obras pesadas, representa atualmente apenas 10% da receita da empresa. Além dos projetos, também é feito o aluguel das formas e dos escoramentos. As plataformas elevatórias substituem os andaimes e escadas.

Já o maior negócio, que representa quase 90% da receita da empresa, é o aluguel de equipamentos leves como as plataformas elevatórias, geradores, compressores e tubos de iluminação.

Em setembro de 2022, a empresa entrou no setor de linha amarela, chamada de linha pesada, com a aquisição da Triengel por meio da sua subsidiária Solaris, por R$ 135 milhões. A linha amarela possui equipamentos de movimentação de terra como escavadeiras, pá carregadeira, tratores e esteiras.

Lava Jato

Em 2014, a Lava Jato, que foi uma operação da Polícia Federal para desarticular um dos maiores esquemas criminosos do país de lavagem de dinheiro e pagamento de propina envolvendo políticos, com o uso de dinheiro de Petrobras, e diversas construtoras, afetou drasticamente os negócios da Mills com a paralisação de obras no Brasil.

“A gente foi bastante afetado. Nós tínhamos 90% da nossa receita em construção pesada com as grandes construtoras e empreiteiras do Brasil envolvidas no escândalo da Petrobras. A nossa receita do quarto trimestre de 2014 para o primeiro trimestre de 2015 reduziu cerca de 30%. A inadimplência, que era 1,7%, subiu para 14,8%”, afirmou o CEO.

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