A demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, é provável nos próximos dias, disseram duas fontes do governo à Reuters nesta quinta-feira (4), colaborando com a volatilidade das ações da estatal durante a sessão, também afetadas por informações sobre dividendos extraordinários.
As fontes, que falaram na condição de anonimato, acrescentaram que o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, está entre os cotado para assumir o posto.
Outro nome em consideração é o de Bruno Moretti, secretário especial da Casa Civil da Presidência que faz parte do conselho de administração da Petrobras, disse uma fonte do governo. Moretti é próximo do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
No X, antigo Twitter, Jean Paul Prates ironizou o noticiário.
Não é de hoje
A saída de Prates já vinha sendo debatida no governo como uma possibilidade para este ano, mas agora é considerada mais próxima, segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, lembrando que antes a dúvida seria quando a saída do executivo aconteceria.
Entre os motivos de atritos de Prates com o governo está sua relação desgastada com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, algo que tem ficado cada vez mais escancarado, o que tem enfurecido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, segundo as fontes.
LEIA MAIS: Fusão entre Enauta e 3R pode criar ‘nova Prio’
Em entrevista à Folha de S.Paulo nesta semana, Silveira admitiu que há um conflito com Prates e que diverge do executivo, citando temas como a questão dos dividendos.
As declarações, segundo o jornal, levaram Prates a buscar uma reunião com Lula, que está em viagem pelo Nordeste nesta quinta-feira e também na sexta-feira.
Dividendos
Além do debate em torno da possível demissão de Prates, a Petrobras também esteve no foco do mercado nesta quinta-feira por conta dos dividendos extraordinários. Por volta do meio-dia, o jornal O Globo noticiou que ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) teriam acordado pela distribuição dos proventos, retidos pela Petrobras após a divulgação dos resultados do último trimestre de 2023.
A informação atenuou a queda das ações da Petrobras, que reagiam à possível saída de Prates. No começo da noite, a empresa disse que não há decisão sobre a distribuição dos valores e que o destino final do dinheiro será decidido pela Assembleia Geral marcada para o dia 25 de abril.
LEIA MAIS: Emenda pró-carvão atrasa aprovação de eólicas offshore
A Petrobras informou um lucro remanescente de R$ 43,9 bilhões referentes ao exercício de 2023. Este é o dinheiro que poderia ser distribuído como dividendos extraordinários, mas o Conselho de Administração da companhia propôs que ele seja destinado à reserva de remuneração do capital.
Com informações da Reuters
Veja também
- Petrobras confirma a descoberta da maior reserva de gás natural da Colômbia
- Na solução para Braskem, pressa fala mais alto e bancos já aceitam manter Novonor no negócio, dizem fontes
- Petrobras inicia contratação de plataformas do projeto Sergipe
- Governo e bancos credores discutem criação de FIP para ações da Braskem
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029