Negócios
Dívida de empresas da bolsa brasileira soma R$ 1,26 tri em 2021, alta de 15,8%
Levantamento da TC/Economatica reúne dados dos balanços de 230 companhias.
A dívida das empresas brasileiras de capital aberto somava R$ 1,26 trilhão em dezembro 2021. O montante representa um crescimento de 15,81% em relação a 2020.
É o que aponta levantamento feito pela provedora de informações financeiras TC/Economatica, com base em dados disponibilizados por 230 empresas por meio das demonstrações financeiras publicadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
De acordo com o estudo, desde 2016, a dívida das companhias listadas na bolsa de valores do Brasil tem crescimento constante e, em 2021, atingiu o maior valor histórico.
Empresas do setor financeiro foram desconsideradas no levantamento. A Petrobras (PETR3, PETR4) também foi excluída, devido ao elevado valor de endividamento diante da amostra geral, o que geraria distorção. A estatal registrou o maior estoque de dívida total bruta no ano de 2021, com R$ 327,8 bilhões, dos quais 15,44% têm vencimento a curto prazo. Já a capacidade de cobertura da dívida da estatal é de 64,31%, o que equivale dizer que a empresa gera R$ 64,31 por cada R$ 100 de dívida, segundo a TC/Economatica.
Na sequência, aparecem JBS (JBSS3), com R$ 92,5 bilhões, Suzano (SUZB3), com R$ 79,6 bilhões, Vale (VALE3), com R$ 76,9 bilhões, e Cosan (CSAN3), com R$ 48,9 bilhões.
Confira as empresas com os maiores estoques de dívida total bruta no ano de 2021:
Empresa | Código | Dívida total bruta em 2021 em R$ milhões |
Petrobras | PETR3, PETR4 | R$ 327,80 |
JBS | JBSS3 | R$ 92,50 |
Suzano | SUZB3 | R$ 79,60 |
Vale | VALE3 | R$ 76,90 |
Cosan | CSAN3 | R$ 48,90 |
Eletobras | ELET3, ELET6 | R$ 44,90 |
Neonergia | NEOE3 | R$ 38,60 |
Raizen | RAIZ4 | R$ 37,60 |
Braskem | BRKM5 | R$ 35 |
Simpar | SIMH3 | R$ 34,30 |
Sid Nacional | CSAN3 | R$ 32,50 |
Marfrig | MRFG3 | R$ 30,90 |
Klabin | KLBN4 | R$ 29,30 |
Rede D´Or | RDOR3 | R$ 27,60 |
CCR | CCRO3 | R$ 26,70 |
BRF | BRFS3 | R$ 25,40 |
Equatorial | EQTL3 | R$ 25,40 |
Azul | AZUL4 | R$ 24,90 |
Energisa | ENGI11 | R$ 23,10 |
Embraer | EMBR3 | R$ 22,40 |
CPFL Energia | CPFE3 | R$ 22,40 |
Rumo | RAIL3 | R$ 21,70 |
Engie Brasil | EGIE3 | R$ 20,10 |
Ultrapar | UGPA3 | R$ 17,70 |
Sabesp | SBSP3 | R$ 17,70 |
Fonte: TC/Economatica
Na análise por setor, o de energia elétrica lidera com as empresas de maior estoque de dívida, com seis companhias na lista, seguido pelo setor de exploração, refino e distribuição, com quatro empresas. Na sequência, aparecem os setores carnes e derivados, com três empresas, papel e celulose, com duas empresas, e outros 10 setores com uma empresa cada.
Já o caixa das 230 empresas da amostra no ano de 2021 atingiu pela primeira vez valor superior aos R$ 500 bilhões, 5,5% acima do registrado em 2020.
Em 2021, a relação da dívida bruta versus patrimônio líquido das empresas da amostra era de 101,52%, o segundo maior valor desde 2010. Segundo a Economatica, de 2017 até 2021, a relação tem crescimento constantemente.
Por que a dívida sobe?
Segundo a Economatica, um dos motivos do crescimento da dívida das empresas de capital aberto é a variação do dólar, mas existem outros componentes que influenciam o endividamento, como captação de novas dívidas ou pagamento.
Em 2021, segundo a Economatica, o dólar Ptax, taxa de câmbio calculada pelo Banco Central, fechou em R$ 5,58, o maior valor de fechamento anual da amostra, da mesma maneira que a dívida das empresas brasileiras atingiu o maior valor somado.
“Uma parcela significativa da dívida das empresas é formada em moeda estrangeira, especialmente dólar, o que faz com que a dívida tenha esse comportamento bem atrelado à paridade da moeda norte americana”, explica a Economatica no estudo.
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