A família bilionária por trás da operadora de saúde Hapvida (HAPV3) perdeu R$ 3,8 bilhões nesta quarta-feira (1) em meio a uma queda recorde nas ações da companhia após um balanço decepcionante.
A família Koren de Lima, que criou a Hapvida há mais de quatro décadas e detém uma participação combinada de cerca de 36% por meio de um veículo de investimento e participações individuais, viu o valor de suas participações cair para R$ 7,8 bilhões, segundo cálculos com base em documentos regulatórios. No pico do ano passado, a participação chegou a valer R$ 32,8 bilhões.
As ações da Hapvida fecharam em queda de 33% a R$ 3,02 na quarta-feira (1), a maior queda em um único dia e o menor preço de fechamento já registrado, depois que a empresa cearense com sede em Fortaleza divulgou resultados mais fracos do que o esperado para o quarto trimestre. A sinistralidade caixa, uma importante métrica de despesas médicas que é observada de perto pelos investidores, ficou acima do esperado, levando o Credit Suisse a abandonar sua recomendação equivalente à compra e destacar as crescentes incertezas.
A Hapvida não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
A Hapvida foi fundada por Candido Pinheiro Koren de Lima em 1979, quando o oncologista brasileiro inaugurou uma clínica em Fortaleza, na região Nordeste do país. A companhia cresceu no Brasil recentemente com seu modelo verticalizado, não apenas vendendo planos de saúde, mas também sendo dona de hospitais. Há dois anos, a empresa adquiriu a rival Intermédica.
Candido é presidente do conselho de administração da empresa, enquanto seu filho Jorge Fontoura Pinheiro Koren de Lima é diretor presidente e também faz parte do conselho junto com seu irmão Candido Jr.
Apoiadores de longa data, incluindo a gestora Dynamo, começaram a se desfazer de suas posições nas ações da empresa nos últimos trimestres em meio a uma concorrência mais acirrada e sinais de uma melhora mais lenta no front de custos.
“Os investidores não fecharão os olhos para os recentes resultados decepcionantes, o que significa que a falta de confiança na tese de investimento provavelmente persistirá nos próximos meses”, escreveram, em nota, analistas do BTG Pactual (BPAC11) liderados por Samuel Alves.
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