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FGHab: diferente do MCMV, programa do governo não deve impactar construtoras

Motivo apontado é a diferença entre as faixas de renda das pessoas a quem os programas se destinam.

O governo federal pretende utilizar R$ 800 milhões em recursos do Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) a partir de setembro para financiar parte da compra de imóveis por trabalhadores informais. Segundo especialistas, diferentemente do Minha Casa, Minha Vida (MCMV), o programa deve ter um impacto limitado sobre construtoras e incorporadoras

Na visão de Rafael Ragazi, sócio e analista de ações da Nord Research, o potencial de beneficiar empresas como MRV (MRVE3), Tenda (TEND3) e Direcional (DIRR3) é baixo, porque o FGHab é focado no uso dos recursos direcionados ao trabalhador informal, em famílias da Faixa 1 do programa, com renda bruta mensal de até R$ 2.640.

“As construtoras direcionadas à baixa renda listadas na B3 atuam sobre os imóveis destinados às faixas 2 e 3, portanto o potencial impacto do programa sobre essas empresas deve ser limitado, uma vez que a iniciativa é focada na Faixa 1.” No caso do MCMV, a Faixa 1 é o grupo que hoje encontra menos ofertas de imóveis.

14/02/2023 - Vista do complexo de apartamentos da  retomada do Minha Casa, Minha Vida, em Santo Amaro (BA). (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)
14/02/2023 – Vista do complexo de apartamentos da retomada do Minha Casa, Minha Vida, em Santo Amaro (BA). (Foto: Joédson Alves/Agência Brasil)

O objetivo do FGHab é reduzir os riscos de crédito normalmente associados aos trabalhadores sem contrato fixo de trabalho. A projeção do governo é de que o número de financiamento de imóveis suba de 50 mil a 100 mil por ano. “O número é muito otimista, se comparado aos do primeiro trimestre de 2023, quando apenas 24,8 mil unidades foram vendidas pelo MCMV”, aponta Ragazi.

Na última semana, o governo anunciou mudanças no programa habitacional MCMV que devem beneficiar as empresas de construção listadas na bolsa de valores, como MRV e Tenda, segundo especialistas do mercado financeiro. 

Isso porque o conselho do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que financia o programa do governo, aprovou a mudança sobre o valor dos imóveis, que agora vai até R$ 350 mil para famílias da Faixa 3, que têm renda mensal bruta de até R$ 8 mil. 

“Isso beneficia muito as incorporadoras por aumentar o mercado endereçável e o ticket médio de cada empresa, que têm sua atuação voltada a esse grupo”, explica o especialista da Nord. 

As famílias atendidas pela iniciativa são divididas nos seguintes grupos:

  • Faixa Urbano 1 – renda bruta familiar mensal até R$ 2.640,00;
  • Faixa Urbano 2 – renda bruta familiar mensal de R$ 2.640,01 até R$ 4.400,00
  • Faixa Urbano 3 – renda bruta familiar mensal de R$ 4.400,01 até R$ 8.000,00;
  • Faixa Rural 1 – renda bruta familiar anual até R$ 31.680,00;
  • Faixa Rural 2 – renda bruta familiar anual de R$ 31.680,01 até R$ 52.800,00 e
  • Faixa Rural 3 – renda bruta familiar anual de R$ 52.800,01 até R$ 96.000,00.

O FGHab foi criado com o MCMV com o objetivo de operar como um seguro contra danos e riscos para as obras de imóveis do programa. Segundo o governo, 50% das unidades serão reservadas para as famílias da Faixa 1. 

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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