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Negócios

Follow-on da Tenda deve reduzir custo de dívida da companhia, veem analistas

Ação da companhia recuava mais de 5% na manhã desta quinta-feira (17).

A construtora Tenda (TEND3) anunciou nesta quinta-feira (17) intenção de fazer oferta pública primária de ações (follow-on) para levantar cerca de R$ 200 milhões, com possibilidade de emissão de um lote adicional de até R$ 50 milhões, segundo fato relevante ao mercado.

A companhia afirmou ainda que está em discussões “avançadas” com credores para renegociação de compromissos e que envolvem novas emissões de dívida de até R$ 300 milhões.

Por volta de 10h30, TEND3 recuava mais de 5% na bolsa, negociada ao redor de R$ 12,30.

Construção de prédios residenciais e comerciais no Setor Noroeste em Brasília. Crédito: Agência Brasil

Segundo a Tenda, a renegociação visa “melhora da estrutura de capital com a otimização do passivo da companhia, assim como a liquidação antecipada de parte de suas dívidas de vencimento de curto e médio-prazos”.

O analista da Guide Investimentos, Mateus Haag, escreveu em relatório que a oferta da Tenda deve ter impacto marginalmente positivo para a companhia.

Reação de analistas

“Apesar do potencial de diluição da oferta, vemos que ambas as medidas visam otimizar a estrutura de capital e a reduzir endividamento da companhia, o que deve se traduzir em uma redução relevante do seu custo da dívida e uma melhora significativa do seu resultado financeiro”, disse em relatório nesta manhã.

Segundo a equipe da Genial Investimentos, caso seja efetivada a oferta de ações, os recursos permitirão que a Tenda se torne mais competitiva dentro do novo Minha Casa Minha Vida, permitindo que a companhia lance mais empreendimentos e diminua seu custo de dívida. 

Melhora do endividamento no 2º tri

A Tenda vem se recuperando de um problema de “orçamentação” de obras revelado no quarto trimestre de 2021 que reduziu seu patrimônio líquido em mais da metade, de R$ 1,5 bilhão para R$ 700 milhões, destacaram os analistas da Genial Investimentos Lucas Assis e Guilherme Viana, em relatório.

O problema aconteceu quando o custo da construção, medido pelo INCC, estava elevado, gerando uma grande perda de valor para a companhia. Desde então, a empresa agiu para recuperar as grandes perdas e vinha apresentando melhoras graduais nos números.

No resultado do segundo trimestre, divulgado no início de agosto, a companhia apresentou uma queda significativa de sua dívida líquida em relação ao patrimônio, a primeira desde o quatro trimestre de 2021. A dívida foi reduzida em R$ 129 milhões, graças a um fardo menor da queima de caixa de projetos anteriores a 2022 e às vendas de recebíveis, destacou a Genial Investimentos em relatório.

“A queda se deveu a uma excelente gestão do balanço da companhia, contando com a venda de carteiras de pró-soluto, venda de participações em projetos e alienação de ações na tesouraria. Estes três efeitos trouxeram um efeito positivo de R$ 152 milhões no caixa da Tenda”, destacou a Genial.

A equipe de research da corretora projetou, antes do anúncio de intenção de follow-on, que o segundo trimestre terá sido o último com prejuízo e o quatro trimestre deve ser o último a apresentar aumento da dívida líquida (excluindo efeitos extraordinários).

“Os números deste trimestre confirmam uma melhora gradual nos resultados da Tenda, que deve voltar a gerar caixa e crescer”, disse a corretora, acrescentando que “o mercado já se tornou mais otimista com a empresa e a pergunta que tentaremos responder na atualização é de quanto valor foi destruído com os projetos lançados antes de 2022”.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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