A Méliuz (CASH3) reduziu seu prejuízo no quarto trimestre de 2022 para R$ 5,4 milhões, depois de ter reportado resultado negativo em R$ 29,7 milhões no mesmo período do ano anterior, disse a empresa na terça-feira, dia em que divulgou seu balanço dos quatro últimos meses de 2022.
A ação da companhia ganhou força da tarde desta quarta-feira (15) e encerrou o pregão em alta de 14,44%, a R$ 1,03.
Na base que desconsidera a fintech Bankly, a empresa registrou lucro de R$ 2,8 milhões.
A companhia registrou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo em R$ 18,4 milhões entre outubro e o fim de dezembro, contra perdas de R$ 51,7 milhões um ano antes.
Do lado da receita líquida, a Méliuz registrou alta de 3% no trimestre na comparação ano a ano, para R$ 101,2 milhões, enquanto as despesas operacionais totais ficaram em R$ 124,1 milhões de reais.
Repercussão do resultado
Analistas da Genial Investimentos destacaram que o resultado da companhia foi impulsionado pelo reconhecimento de itens não recorrentes, mas que, ainda assim, a companhia reportou um resultado operacional no negativo.
“Nossa tese de investimentos na companhia se baseia no longo prazo, reforçada pela aprovação da aliança estratégica com o Banco Votorantim e a confirmação da venda de 100% do Bankly, o que acreditamos que levará a um relevante alívio nas despesas, tendo potencial de acelerar a virada operacional da companhia para este ano”, disseram os analistas da Genial em relatório.
A XP Investimentos avaliou o resultado do quarto trimestre de 2022 como negativo, principalmente pela queda ano a ano das receitas de shopping Brasil, embora a Méliuz tenha apresentado uma melhora marginal em relação ao trimestre anterior.
Entretanto, a XP destacou que os números do período ficaram para trás e que os investidores devem voltar suas atenções para o que vai ser da empresa após a conclusão da aliança estratégica com o Banco BV, que obteve a aprovação dos acionistas.
Recomendação para a ação da Méliuz
Para a Genial Investimentos, com a aprovação da parceria da Méliuz com o Banco Votorantim e da venda da totalidade do Bankly, há perspectivas positivas em relação à eficiência operacional da companhia.
“Acreditamos que a transferência ao BV da estrutura de custos mais pesada relativa aos serviços financeiros e a retirada das despesas operacionais do Bankly do resultado consolidado deverá gerar grandes ganhos de eficiência para o Méliuz, em termos de custo. Desse modo, acreditamos que a incorporação dessas novas condições tem o potencial de acelerar a virada operacional para o terceiro trimestre de 2023 versus 2024”, disse a Genial.
Tendo em vista essa perspectiva, analistas da Genial reiteram a recomendação de “compra” da ação da Méliuz, com preço-alvo de R$1,50 por papel.
Já a XP Investimentos tem recomendação de “compra” e preço-alvo de R$ 2 por ação para o fim de 2023.
“A combinação do robusto crescimento da Méliuz, foco no desenvolvimento de novos produtos e a expressiva queda do preço de suas ações nos últimos meses nos levaram a uma assimetria positiva de valorização da ação”, destacou a XP em relatório.
A XP alertou, no entanto, que as incertezas relacionadas à possível cisão da subsidiária bancária da Méliuz, a “Bankly”, pode continuar pesando sobre as ações no curto prazo.
“Apesar do valuation descontado, o movimento contínuo de evitar empresas de alto crescimento e a falta de catalisadores de curto prazo nos impede de ser mais positivos sobre o nome”, apontou a XP.
(*Com informações da Reuters)
Veja também
- Méliuz reduz capital social em R$210 mi por excesso
- 3ª prévia do Ibovespa: sai Méliuz e entram PetroReconcavo e Vamos
- 2ª prévia do Ibovespa mantém saída da Méliuz e entrada de 2 ações
- Méliuz registra prejuízo líquido consolidado de R$ 6,3 mi no 2º trimestre
- Méliuz brilha na B3 em julho, mas é excluída da 1ª prévia do Ibovespa