A Petrobras (PETR3, PETR4) deve reportar bons números no 3º trimestre de 2022, em balanço previsto para ser divulgado hoje, 3 de novembro. É o que estimam analistas, após avaliarem que a estatal apresentou um sólido resultado no seu relatório de vendas e produção do período, disponibilizado na segunda-feira (24).
O balanço da petroleira segue no radar dos investidores após as eleições presidenciais em que Lula venceu no segundo turno. O resultado está previsto para ser divulgado após o fechamento do mercado. A queda no preço do petróleo pode fazer os resultados virem abaixo do trimestre anterior, no entanto, o pagamento de bons dividendos é aguardado.
A produção total de petróleo e gás da petroleira somou 2,644 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boed) no terceiro trimestre, estável na comparação trimestral e 6,6% abaixo do reportado no mesmo trimestre do ano passado.
Já as vendas de derivados de petróleo da Petrobras no mercado interno somaram 1,798 milhão de barris/dia no terceiro trimestre, queda de 7,6% ante o mesmo período de 2022. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, houve alta de 4,7%.
A Ativa Investimentos apontou em relatório que, ao a estatal reportar um sólido resultado de vendas e produção, a companhia mostra que apresentará novamente bons resultados no 3º trimestre de 2022.
“De uma maneira geral, não dispomos de grandes ressalvas frente aos números apresentados por Petrobras neste trimestre e esperamos uma boa recepção do relatório”, disse a corretora.
Na mesma linha, André Vidal e Helena Kelm, analistas da XP Investimentos, destacaram em relatório esperar mais um trimestre sólido para a Petrobras, com um Ebitda de US$ 17,6 bilhões e dividendos de US$ 6 bilhões.
“Embora tenha havido uma queda nos preços médios do Brent, a estatal foi parcialmente compensada por um real mais fraco”, apontaram os analistas.
Já outros pontos do relatório da Petrobras que valem destaque, segundo a casa de análise Levante Investimentos, são: a contínua recuperação nas vendas de querosene de aviação; o alto fator de utilização total das refinarias no trimestre; participação de 58,6% do diesel S-10 nas vendas, novo recorde trimestral; participação de 90% do óleo nacional na carga das refinarias e menores vendas para termelétricas e geração elétrica pela companhia, por causa do bom cenário hidrológico no país.
O que esperar das ações da Petrobras
Os analistas da XP Investimentos avaliam que as ações da estatal vêm apresentando crescente volatilidade, acompanhando de forma mais intensa o noticiário político, à medida que o segundo turno das eleições presidenciais se aproxima.
“Negociada a 2,5 vezes valor da empresa/geração de caixa em 2023 e com um carrego de dividendos tão positivo, ainda vemos a ação como uma assimetria interessante, e mantemos nossa recomendação de compra”, avaliaram André Vidal e Helena Kelm, da XP.
A Levante Investimentos também destaca que as ações da estatal vêm ʽandandoʼ acordo com a expectativa de resultado das eleições. Segundo a casa de análise, as pesquisas mais recentes mostram um cenário muito apertado, o que aumenta as incertezas com relação à companhia e que as ações da Petrobras devem continuar apresentando alta volatilidade, com foco apenas no cenário político.
“Por tal motivo, preferimos manter a recomendação neutra até que tenhamos uma maior visibilidade sobre o seu futuro, apesar dos fortes resultados apresentados pela empresa neste ano, enxergando uma conjuntura binária”, disse a Levante Investimentos.
Em meio ao cenário eleitoral brasileiro, o BTG Pactual recomendou em relatório cautela redobrada com as ações da Petrobras, afirmando ver poucas razões para aumentar exposição no papel da estatal, apontando acreditar que a volatilidade persistirá.
“Potencial positivo e negativo são significativos. Sim, a empresa está em excelente posição para se tornar uma pagadora de dividendos, mas a falta de visibilidade de seus planos de investimentos pode significar um cenário de status quo ou um novo modo de crescimento alternativo”, destacou o BTG Pactual.
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