Com os serviços de mobilidade urbana se multiplicando, a indústria automotiva já não é mais a mesma. Aluguel de carros e a terceirização de frotas, por exemplo, passaram a fazer parte do modelo de negócio de montadoras, fazendo elas irem além de uma fabricante de carros. No país, já são sete as montadoras que aderiram aos serviços. A Toyota é uma delas.
O diretor de mobilidade da fabricante automotiva japonesa, Roger Armellini, diz que uma revolução está acontecendo com o segmento. Para ele, essas mudanças têm acontecido baseadas na evolução das pessoas e na alteração de comportamento do consumidor.
Ao InvestNews Entrevista, ele apontou que o mercado automotivo não está de fora do atual momento, onde as pessoas estão cada vez mais procurando o uso racional dos bens e o uso sustentável das coisas. “A Toyota já percebeu isso há muito tempo atrás e já se propôs a também se transformar e a fazer uma revolução dentro do negócio, se transformando em uma empresa de serviço de mobilidade”, disse.
A montadora, uma das maiores do mundo e que está no país há mais de 60 anos, com 4 operações no Estado de São Paulo, diz que quer entregar aos clientes mais opções de mobilidade e, para isso, está investindo no desenvolvimento de próteses, exoesqueletos, novos materiais para ajudar idosos, passando por mobilidade interna, externa e individual, além dos carros e suas formas de uso, como veículo autônimo e integrado com o ambiente da cidade. “Várias alternativas estão sendo criadas para atender essa evolução do comportamento do ser humano”, explica Armellini.
Inovação x futuro
O diretor da Toyota aponta que, na questão evolução do setor, o Brasil está, em alguns pontos, aquém e, em outros, em uma evolução mais rápida se comparado a outros países.
“O brasileiro é um cliente aberto à inovação, extremamente aberto a novas modalidades. O nível de aceitação aqui no nosso mercado é muito grande para esses nossos novos serviços e novas tecnologias. Isso é bom, pois faz com que esses tipos de novidades sejam rapidamente absorvidos pelo nosso mercado aqui no Brasil”, explica.
O diretor da Toyta avalia ainda que Brasil vai passar por um período muito interessante de evolução na venda automóveis, e que, ao mesmo tempo, vão evoluir soluções de mobilidade que focam o uso do bem. “Nós vamos ver às vezes migração e, às vezes, aceleração da inclusão de pessoas na utilização de veículos. Hoje, a pessoa pode não ter condições de comprar um carro, mas ela tem condições de acessibilidade a um veículo através de programa de aluguel. Isso vai expandir também a possibilidade de outros consumidores ingressarem no mercado automotivo”, conta.
