A estrutura que começa a ser eliminada nesta segunda-feira é a chamada Dique 4, da barragem Pontal, em Itabira (MG), berço da Vale no país, afirmou à Reuters a mineradora, ao apresentar resultados de seu programa que busca evitar novos rompimentos no futuro.
Em seus planos, a empresa planeja ter eliminado desde 2019 até o fim de 2022 um total de 12 de suas 30 barragens consideradas mais perigosas, alteadas pelo método a montante, quando suas paredes são construídas sobre uma base de resíduos, em vez de em material externo ou em terra firme.
A Vale mantém provisões de cerca de R$ 10 bilhões para o Programa de Descaracterização, conforme demonstrações financeiras de 30 de setembro de 2021.
“A descaracterização de todas as barragens a montante é um dos pilares no princípio de garantia de não repetição de rompimentos como o de Brumadinho, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas, dos trabalhadores e do meio ambiente”, afirmou a companhia no email.
Alteada pelo método a montante, a estrutura que se rompeu em Brumadinho, em janeiro de 2019, deixou 270 mortos, além de causar graves danos ambientais.
A barragem da Samarco – joint venture da Vale com a BHP, – que colapsou em Mariana (MG), em novembro de 2015, deixando 19 mortos, centenas de desabrigados e um rastro de destruição até o mar do Espírito Santo, também era construída pelo método a montante.
O plano de descaracterização dessas barragens prevê a reintegração do espaço utilizado por elas ao meio ambiente e está dentro do cronograma.
Transformação cultural
Desde 2019, sete estruturas a montante –quatro em Minas Gerais e três do Pará– foram eliminadas, das 30 mapeadas pelo Programa de Descaracterização da empresa, que faz parte de um processo de transformação cultural que a empresa vem passando desde Brumadinho.
Para 2022, a previsão da empresa é concluir a descaracterização dos diques 3 e 4 do Sistema Pontal e barragem Ipoema, em Itabira (MG), a Barragem Baixo João Pereira, em Congonhas (MG), e o Dique Auxiliar da Barragem 5, em Nova Lima (MG), segundo a Vale.
A Vale reiterou que tem intensificado as ações preventivas, corretivas e de monitoramento nas suas estruturas avançando rumo à meta de não ter nenhuma barragem em condição crítica (nível de emergência 3) até 2025.
“Essas ações também aumentam a segurança nas estruturas a montante que serão eliminadas até que as etapas preparatórias e de engenharia para a descaracterização sejam concluídas”, afirmou.
“A empresa projeta terminar 2025 em um novo e mais elevado patamar de segurança nas suas operações.”
Nesse prazo, a mineradora frisou ainda que, como membro do Conselho Internacional de Mineração e Metais (ICMM, em inglês), assumiu o compromisso público de estar 100% em conformidade com os 77 requisitos do Padrão Global da Indústria para a Gestão de Rejeitos (GISTM, na sigla em inglês) em todas as suas estruturas de disposição de rejeitos.
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