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Rio Tinto vai começar a explorar a mina de minério de ferro de Simandou – um desafio à Vale

Região na Guiné é o maior depósito mundial de alto teor da commodity que ainda não foi explorado

The wall street Journal
Publicado em
4 min
traduzido do inglês por investnews

A mineradora Rio Tinto disse que obteve as aprovações necessárias para explorar uma enorme jazida de minério de ferro na África, ao relatar um aumento nos embarques da commodity no segundo trimestre de suas operações na Austrália.

A segunda maior mineradora do mundo em valor de mercado declarou nesta terça-feira (16) que todas as condições foram cumpridas para seu investimento no depósito de minério de ferro de Simandou, na Guiné, incluindo as aprovações regulatórias necessárias da Guiné e da China.

O minério de ferro nas montanhas de Simandou é o maior depósito mundial de alto teor da commodity que ainda não foi explorado – a brasileira Vale já chegou a demonstrar interesse pela área. Suas riquezas são cobiçadas por mineradoras e investidores em um mercado que há muito é dominado pelas exportações da Austrália e do Brasil.

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A Rio Tinto, que está desenvolvendo parte do depósito em conjunto com um consórcio chinês liderado pela Aluminum Corp. da China, espera gastar cerca de US$ 6,2 bilhões em Simandou, incluindo infraestrutura portuária e ferroviária necessária para exportar o minério. O projeto, parte do qual está sendo desenvolvido por outra joint venture, será o maior investimento integrado em minas e infraestrutura na África, diz a Rio Tinto.

As empresas começaram a trabalhar no terreno, inclusive em acampamentos de trabalhadores, estradas e instalações de água e resíduos. A Rio Tinto espera a primeira produção para o ano que vem.

A mineradora anglo-australiana, que já é uma das principais exportadoras de minério de ferro do mundo, disse que embarcou 80,3 milhões de toneladas métricas da commodity de suas minas no remoto noroeste da Austrália durante três meses até junho. Isso representou um aumento de 2% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Pilhas de minério de ferro na mina da Pilbara, na Austrália, de propriedade da Rio Tinto
Pilhas de minério de ferro na mina da Pilbara, na Austrália, de propriedade da Rio Tinto (foto: divulgação)

A empresa, cuja maior parte dos lucros depende do minério de ferro, aumentou os embarques apesar do descarrilamento de um trem autônomo em maio. A Rio Tinto disse que vendeu mais de seus estoques portuários.

A empresa administra 17 minas de minério de ferro na região de Pilbara, na Austrália, além de quase dois mil quilômetros de linhas ferroviárias e quatro terminais portuários independentes. O descarrilamento do trem, que aconteceu quando um trem autônomo colidiu com alguns vagões estacionários, resultou no fechamento de uma seção da ferrovia por quase uma semana.

A mineradora disse que ainda espera embarcar entre 323 milhões de toneladas e 338 milhões de toneladas de minério de ferro em 2024, reiterando uma estimativa anterior.

No entanto, a Rio Tinto fez ajustes em sua diretriz de produção anual de algumas outras commodities, inclusive do cobre metálico industrial.

A empresa disse que agora espera que sua produção de cobre fique em torno do limite inferior de uma estimativa anterior de 660 mil toneladas a 720 mil toneladas, com a alteração em seu plano de mineração na operação de Kennecott, perto de Salt Lake City. Além disso, afirmou que precisa fazer mudanças para gerenciar o risco geotécnico na área que está minerando.

A mineradora também disse que espera produzir menos óxido de alumínio do que o previsto anteriormente, devido a interrupções no fornecimento de gás em suas operações de refino no leste da Austrália.

Escreva para Rhiannon Hoyle em [email protected]

traduzido do inglês por investnews