A bolsa brasileira descolou do tom positivo no exterior e fechou praticamente de lado nesta quarta-feira (12), diante de incertezas após a saída de membros da equipe de Paulo Guedes e de olho nos acenos pela defesa do teto de gastos. Lá fora, os investidores monitoraram a discussão no Congresso americano sobre um pacote de estímulos, além da relação do país com a China.
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O principal índice da B3, o Ibovespa, fechou em leve baixa de 0,06%, aos 102.117 pontos. Já o dólar comercial terminou o dia negociado a R$ 5,4527, subindo 0,69%. Ontem, o Ibovespa caiu 1,23% aos 102.174 pontos e dólar encerrou o dia cotado a R$ 5,4149, com variação negativa de 0,915%.
O mercado ficou de olho nos riscos fiscais no Brasil e em uma eventual saída do ministro da Economia, Paulo Guedes, após a “debandada no ministério”, como definiu ele próprio após a saída de mais dois integrantes de sua equipe: Salim Mattar (Privatizações) e Paulo Uebel (Desburocratização).
Destaques da Bolsa
As ações da produtora de softwares Linx (LINX3) caíram mais de 6% após a empresa anunciar uma queda de 77,5% no lucro líquido do segundo semestre, comparado ao mesmo período de 2019. Os papéis também sofreram um ajuste após a forte alta na véspera, relacionada com a notícia de que a Stone vai adquirir a Linx. A empresa de meios de pagamentos listada em Nova York também recuou com força. O papel caiu mais de 5% perto do fechamento.
A Raia Drogasil (RADL3) também publicou seus resultados com uma queda de 60% no lucro líquido do segundo trimestre. As ações recuaram mais de 2% pouco antes do fim do pregão. Já a distribuidora de combustíveis BR Distribuidora (BRDT3) viu seus papéis caírem perde de 1% após apresentar queda no lucro líquido de 37,7% comparada ao mesmo período de 2019.
Bolsas globais
Na terça, a Rússia anunciou que tornou-se o primeiro país a registrar uma vacina contra o novo coronavírus, num momento em que os casos da doença no mundo ultrapassaram a marca dos 20 milhões.
Segundo o presidente russo, Vladimir Putin, uma de suas filhas recebeu a imunização. O anúncio, porém, foi recebido com ceticismo pela comunidade internacional, uma vez que não há comprovação de que a vacina passou por todos os testes necessários.
Já nos EUA, o governo e a oposição democrata continuam num impasse sobre um novo programa de estímulos fiscais contra o impacto econômico da pandemia, segundo o líder republicano no Senado americano, Mitch McConnell. No fim de semana, o presidente Donald Trump estendeu benefícios fiscais por meio de decreto, diante do entrave no diálogo.
As bolsas da Europa fecharam em alta, ganhando força ao longo do dia, mesmo após um dado negativo do Reino Unido. Predominou o otimismo com a perspectiva de avanços por uma vacina para a covid-19, em um cenário no qual o setor de energia foi apoiado pelos ganhos no petróleo. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em alta de 1,11%, em 374,88 pontos.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, com investidores monitorando o noticiário sobre possível vacina contra a covid-19 e as difíceis negociações no Congresso americano sobre um novo pacote fiscal para ajudar os EUA a se recuperar da crise provocada pela doença.
O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,41% em Tóquio nesta quarta, a 22.843,96 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,42% em Hong Kong, a 25.244,02 pontos, e o sul-coreano Kospi garantiu o oitavo pregão consecutivo de ganhos em Seul, com alta de 0,57%, a 2.432,35 pontos, atingindo o maior patamar desde junho de 2018.
*Com Estadão Conteúdo