O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em queda nesta quarta-feira (19), enquanto o dólar ganhou força, após a divulgação da ata da última decisão de política monetária nos Estados Unidos. No Brasil, o foco ficava no depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello à CPI da Covid.
O Ibovespa caiu 0,28%, aos 122.636 pontos. O dólar subiu 1,13%, a R$ 5,3129. Veja outras cotações.
O mercado segue aguardando pistas sobre o rumo das taxas de juros nos Estados Unidos, em meio ao recente avanço da inflação. Por isso, o dia é de expectativa em relação à ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano.
O documento mostrou que “algumas” autoridades do Fed pareciam prontas para começar a avaliar mudanças na política monetária com base no rápido e contínuo progresso da recuperação econômica, mas dados deste então já podem ter mudado esse cenário.
Os temores sobre o aumento dos preços ganharam força na semana passada, após dados mostrarem que a inflação ao consumidor dos Estados Unidos subiu em abril à taxa mais acentuada em mais de uma década. Mesmo assim, algumas autoridades do banco central norte-americano já expressaram sua visão de que esse pico nos preços é temporário.
Por aqui, a CPI da Covid-19 continuava sob os holofotes. Pazuello fala ao Senado depois de receber habeas corpus segundo o qual poderá optar por ficar calado, caso entenda que eventual resposta tenha o condão de criar provas contra ele mesmo. Ele poderá, no entanto, ser instado a assumir o compromisso de dizer a verdade em relação a questionamentos que não estejam diretamente relacionados à sua pessoa, mas que envolvam condutas relativas a terceiros.
Colaborando para os ruídos na seara política, a Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira investigação para apurar suspeita de crimes de corrupção e facilitação de contrabando praticados por agentes públicos e empresários na exportação de madeira, tendo como um dos alvos o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Destaques da bolsa
VALE (VALE3) caiu 2,05%, na esteira do declínio dos preços do minério de ferro na China nesta quarta-feira, com o setor de mineração e siderurgia como um todo terminando a sessão no vermelho: CSN ON teve o pior desempenho, fechando em baixa de 3,98%.
PETROBRAS caiu 0,76% na ação preferencial (PETR4) e 0,31% na ordinária (PETR3), pressionada pela queda dos preços do petróleo no exterior, onde o Brent – contrato de referência da companhia – encerrou a sessão com perda de 3%, a 66,66 dólares o barril.
CYRELA (CYRE3) cedeu 4,03%, tendo de pano de fundo relatório do Credit Suisse elaborado após encontro com executivos da construtora, no qual, segundo relato dos analistas do banco, a companhia reafirmou visão positiva para o setor, apesar de observar alguma desaceleração no desempenho de lançamentos e custos de mão de obra acima do esperado.
ELETROBRAS (ELET3 e ELET6) subiram 4,17% e 3,62%, respectivamente, tendo renovado máximas históricas, em meio à repercussão positiva entre analistas de mudanças propostas à MP de privatização da elétrica, que o presidente da Câmara dos Deputados reafirmou que pretende submeter para apreciação da Casa nesta quarta-feira. No setor, CEMIG PN avançou 5,07%.
BRF (BRFS3) valorizou-se 4,56%, acelerando a recuperação em maio após queda de 17,6% em abril. De pano de fundo, os preços da soja em Chicago recuaram, enquanto o milho terminou quase estável após recuar mais cedo.
Bolsas internacionais
Os principais índices de Wall Street encerraram em baixa nesta quarta-feira, depois que a ata do Fed mostrou que os participantes da reunião de abril concordaram que a economia norte-americana permanecia distante dos objetivos do banco central dos EUA, com alguns de olho em uma discussão futura sobre redução do programa de compra de títulos.
- O índice Dow Jones caiu 0,48%, a 33.896 pontos
- S&P 500 perdeu 0,294344%, a 4.116 pontos
- O índice de tecnologia Nasdaq recuou 0,03%, a 13.300 pontos.
As ações europeias registraram sua pior queda diária em uma semana nesta quarta-feira, acompanhando a fraqueza em Wall Street à medida que os investidores se preocupavam com o aumento das pressões inflacionárias.
- Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 1,19%, a 6.950,20 pontos.
- Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,77%, a 15.113,56 pontos.
- Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,43%, a 6.262,55 pontos.
- Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,58%, a 24.486,69 pontos.
- Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 1,23%, a 9.070,70 pontos.
- Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 1,11%, a 5.220,05 pontos.
As ações da China fecharam em baixa nesta quarta-feira após três sessões consecutivas de ganhos, pressionadas por empresas imobiliárias e de energia, enquanto os ativos relacionados a moedas digitais perderam terreno após Pequim proibir empresas financeiras e de pagamento no negócio de criptomoedas.
- Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 1,28%, a 28.044 pontos.
- Em HONG KONG, o índice HANG SENG permaneceu fechado.
- Em XANGAI, o índice SSEC perdeu 0,51%, a 3.510 pontos.
- O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, retrocedeu 0,30%, a 5.172 pontos.
- Em SEUL, o índice KOSPI não teve operações.
- Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,08%, a 16.132 pontos.
- Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 1,22%, a 3.104 pontos.
- Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 1,90%, a 6.931 pontos.
(*Com informações de Reuters)