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Finanças

O título do Tesouro venceu. Onde reinvestir no atual cenário?

Samy Dana e Dony De Nuccio analisam as melhores opções para reinvestir o dinheiro aplicado em títulos do governo.

Muito se fala sobre onde investir dinheiro. São muitas as opções – tanto na renda fixa como na variável. Mas e quando se trata sobre onde reinvestir um valor já aplicado em um título do Tesouro, por exemplo?

Se este foi um investimento feito para um objetivo específico, como uma viagem ou a compra de um bem, o destino do dinheiro aplicado já tem um fim. Mas caso contrário, com o atual cenário de uma Selic a 6,25% ao ano e inflação acumulada ultrapassando os 8,5% em 2021, é preciso estudar onde reinvestir o valor.

Segundo a analista de renda fixa da Nord Research, Marília Fontes, sempre que um investimento vence, como um título do governo, a primeira coisa que se deve olhar é o cenário econômico. Se estamos em um cenário de instabilidade, o ideal é que não se invista em títulos de longo prazo. E isso é porque é preciso considerar o que vai acontecer no futuro. Se o investidor trava seu dinheiro em um título de longo prazo, depois fica muito difícil realocar esse investimento.

Em um cenário de instabilidade como o país está passando, seja pelo cenário fiscal, político e eleições à vista no ano que vem, não é recomendado investir em títulos longos. Sendo assim, a analista recomenda títulos prefixados ou pós-fixados de bancos até janeiro de 2023, de preferência com CDB a 135% do CDI. Já uma outra opção seria um pré-fixado a uma LCA de 8,5% do CDI até janeiro de 2023.

Já as classes como debêntures, CRIs, CRAs, não são tão recomendados no atual cenário justamente por serem investimentos de longo prazo. Em especial as debêntures de infraestrutura. Diferente dos títulos que dão ao investidor uma maior flexibilidade caso queira mudar.

A questão é que com a inflação em alta e sendo semanalmente revisada para cima nas reuniões do Copom, muito se busca títulos IPCA+ para justamente ter uma rentabilidade real positiva – isso é – acima da inflação. Só que hoje, investir em um título IPCA+ depois que a inflação já subiu aos atuais níveis, é a mesma coisa que “comprar um seguro depois que bateu o carro”, segundo Fontes. Ou seja: esse é um título vantajoso até o momento que a inflação ainda não subiu mas tem expectativas de alta. Porém, no atual momento, este é um título que está muito caro.

Com a taxa de juros a 6,25% ao ano e com perspectiva de chegar a 8,75% até o final do ano, o juro real começa a dar as caras. Isso porque a comparação que o mercado mais faz é qual é a expectativa de inflação para os próximos doze meses versus a expectativa para a Selic. Sendo assim, a expectativa para os próximos 12 meses é de uma inflação de cerca de 5% ante pelo menos 8% da Selic. 

A aplicação de dinheiro em investimentos atrelados à renda fixa vale a pena justamente pela baixa volatilidade. Porém, quem aporta em investimentos ligados à Selic pensando em se proteger da inflação, deve pensar que isso só deve acontecer a partir de 2022. Porém, segundo o analista do Nu invest, Eduardo Perez, dá para o investidor se beneficiar da inflação, principalmente no curto prazo. Neste cenário, a remuneração pós-fixada fica mais atrativa, porque vai acompanhar a evolução da Selic nos próximos meses.

Para quem busca oportunidades de curto prazo, entre 1 e 2 anos, sem riscos elevados, Perez recomenda investir em Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), pós-fixadas e indexadas à inflação. Por conta do prazo menor o risco também diminui, além de ser ativos que funcionam como um CDB isento de imposto de renda. Já para o médio prazo e longo prazo, o analista recomenda investir em títulos de renda fixa pós-fixados, aqueles cuja remuneração segue o indexador CDI ou Selic e acompanham a evolução da taxa de juros.  

Ainda na renda fixa pós-fixada, o investidor tem atualmente duas opções de títulos públicos: o Tesouro Selic 2024 e o Tesouro Selic 2027. Ambos remuneram a Selic mais uma taxa de deságio que aumenta conforme o vencimento. Quanto maior o vencimento, maior o prêmio, porém também são maiores as chances de sofrer marcação a mercado. 

No Cafeína de hoje, Samy Dana e Dony De Nuccio analisam as melhores opções para reinvestir o dinheiro aplicado em títulos do governo.

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Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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