Pergunta do leitor: Qual a melhor idade para começar a planejar a aposentadoria?
Resposta de Alexandre Santiago*:
Todo mundo sabe que não dá para depender apenas da previdência pública para se aposentar, já que não se sabe como estará a situação dessa modalidade em nosso país quando você chegar lá. Além disso, o valor que você vier a receber pode não ser compatível com suas necessidades no futuro.
O que se sabe é que é preciso tomar uma providência o quanto antes para garantir um futuro mais tranquilo e planejar uma estratégia de se complementar essa renda. Uma dessas alternativas é optar por uma Previdência Privada que esteja dentro do seu perfil e objetivos. Nesse sentido as informações que vão ajudar você a tomar a melhor decisão diante do contexto atual estão aqui:
Vamos lá: Para quem é a previdência privada?
- Pessoas que querem investir no longo prazo + 10 anos
- Objetivos de se aposentar em alguns anos, educação dos filhos
- Diversificar seus investimentos numa modalidade que tem benefícios fiscais
- Estratégia de sucessão patrimonial
Quanto antes se começa a planejar suas reservas no futuro utilizando a estratégia de uma previdência privada melhor. Já que com o tempo a favor, ou seja, um bom prazo de acumulação de capital, maior será a sua reserva no futuro e menor será o seu aporte mensal, viabilizando de forma mais tranquila o seu objetivo de renda e reserva a ser atingida.
Existem duas modalidades a se escolher PGBL e VGBL. Uma sopa de letrinhas que muita gente quando vê já trava e bloqueia. Vamos descomplicar isso.
- PGBL (Plano gerador de benefício livre): Destinado a pessoas que fazem a declaração de Imposto de Renda de forma completa e que sejam contribuintes de uma previdência oficial com uma vantagem incrível: os valores aportados podem ser deduzidos da base de cálculo na declaração do IR, diminuindo o imposto a pagar. O limite de isenção da base de cálculo é de 12% da renda bruta tributável. Deve fazer aportes apenas até esse limite ou pagará IR duas vezes.
- VGBL (Vida gerador de benefício livre): Todos as pessoas que não se enquadram na categoria descrita para PGBL. Exemplo: não declarante do IR, não contribuinte de previdência oficial (INSS), que tenham apenas recebimentos não tributáveis etc. Além disso, pode ser que pessoas que tenham características para investir em PGBL, mas que queiram investir mais de 12% de sua renda e queiram usar o VGBL para o complemento.
Uma vantagem dessa modalidade de investimento é que por não possuírem come cotas, uma antecipação do pagamento do IR, os fundos de previdência contam com outra vantagem fiscal quando comparados aos demais fundos que tenham come cotas. No longo prazo, essa vantagem pode fazer uma boa diferença no seu patrimônio.
Tabela do IR: progressiva compensável x regressiva definitiva
É importante atentar para esse detalhe na hora de decidir, já que aqui você estará optando pelo tipo de tributação na tabela de IR.
Na tabela progressiva, os resgates ou rendas serão tratados como renda tributável, somando-se às demais rendas desse tipo e com alíquotas que chegam a 27,5% hoje. Na tabela regressiva, os resgates ou rendas serão tributados de forma definitiva, diminuindo com o tempo, com alíquotas que vão de 35% e chegam a 10% após 10 anos.
A tabela progressiva só é indicada para quem imagina ter baixa renda tributável no futuro (incluindo os resgates e rendas), ou ainda para quem pretende ter os investimentos por pouco tempo, o que não é recomendado para produtos de previdência. A tabela regressiva é, portanto, indicada para a maior parte das pessoas, uma vez que tem alíquota regressiva, que chega a 10% após 10 anos.
Posso alterar a tabela de IR do meu Plano de Previdência?
Quem já tem um plano e optou pela tabela regressiva não pode alterar sua escolha. Já quem optou pela tabela progressiva pode alterar a qualquer momento, mas o tempo começa a contar a partir da mudança e não do início do plano ou dos aportes.
Falando sobre portabilidade de previdência
Além de todas essas vantagens, é possível executar a migração de um plano para outro (desde que um VGBL para outro VGBL ou PGBL para PGBL), sem que seja necessário sacar os recursos e aplicá-los novamente, não gerando imposto a pagar e mantendo o prazo de acumulação no caso da tabela regressiva.
Basta solicitar ao administrador do plano de destino a portabilidade, fornecendo as informações necessárias e tudo é feito seguro de acordo com a regras da SUSEP.
O modelo de Previdência Privada ideal
É importante salientar que existem vários fundos disponíveis no mercado em bancos, corretoras, mas procurar apenas o fundo que rendeu mais nos últimos meses é tomar uma decisão errada. O que deve ser avaliado no seu processo de escolha?
- Avalie a estratégia e composição do fundo (diversificação em classes de ativos)
- Analise se o fundo tem um risco adequado ao seu perfil e objetivos
- Busque fundos com gestão ativa e profissional que se adaptam ao cenário econômico
- Busque um planejador financeiro profissional que possa te acompanhar nessa jornada de escolha e ajustar a melhor modalidade com base numa análise fiscal adequada.
Lembre-se: quanto antes melhor, mas nunca é tarde para começar.
*Alexandre Santiago é planejador financeiro na Fiduc.
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