1- BNDES vende 50 milhões de ações da JBS, em operação de R$ 1,9 bi
O BNDES vendeu nesta quarta-feira (16) mais de 50 milhões de ações da JBS (JBSS3) em operação que totalizou cerca de R$ 1,9 bilhão, disse à Reuters o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do banco, Bruno Laskowsky.
Os papéis foram negociados na B3 a R$ 37,52, um desconto de 3% em relação ao fechamento de terça-feira (15).
Este foi o segundo bloco de venda de ações da JBS pelo BNDES promovido recentemente. Na primeira operação, foram vendidas 70 milhões de ações e a cotação do papel foi de pouco mais de R$ 38.
“É comportamento de mercado essa diferença. O mercado está mais complexo esse ano. Os descontos em outras operações realizadas foram maiores e o nosso mercado está mais instável”, disse o executivo.
Ele estima que, mesmo com as duas vendas, o BNDES ainda mantém uma posição de cerca de 19% no capital da companhia de carnes.
O diretor não antecipou se outras vendas de JBS serão feitas ainda esse ano mas destacou que o processo de desinvestimento da carteira de participação societária do BNDES segue em curso.
“A gente está muito tranquilo e não está pressionando para vender”, ressaltou.
A ideia do banco, disse ele, é enxugar esse volume e realocar os recursos angariados em iniciativas de maior impacto social, que gerem desenvolvimento e beneficiem mais as micro, pequenas e médias empresas.
“Esse é o norteador do nosso movimento de mercado… queremos maximizar nosso papel de mais do que um banco de desenvolvimento. A gente não gera desenvolvimento com uma carteira tão grande de renda variável”, acrescentou.
No início do atual governo, a carteira de participação do BNDES chegou a R$ 125 bilhões. Hoje, segundo Laskowsky, está em aproximadamente R$ 70 bilhões.
2 – Guedes promete novo programa de crédito de R$ 100 bi para pequenas e médias empresas
Em reunião com representantes dos setores de comércio e serviços, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo lançará um novo programa de crédito voltado a pequenas e médias empresas, com potencial liberação de R$ 100 bilhões em operações, informou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Paulo Solmucci.
Segundo ele, em almoço organizado nesta quarta-feira pela União Nacional de Entidades do Comércio e Serviços, o ministro afirmou que o plano pode ser apresentado nos próximos dias.
“Guedes disse que na semana que vem será lançado um grande programa de crédito, da ordem de 100 bilhões de reais, para empresas que vão de MEI (Microempreendedor Individual) a empresas de médio porte, com faturamento de até R$ 300 milhões por ano” afirmou.
De acordo com uma fonte do ministério, a apresentação do plano deve ficar para março. Antes, a pasta ainda busca aval da medida pela Casa Civil, além de um alinhamento prévio com lideranças partidárias. A implementação deve depender da edição de medida provisória pelo presidente Jair Bolsonaro.
Segundo esse membro da pasta que participa da elaboração do programa, a ideia é ampliar a disponibilidade de fundos garantidores de crédito, aos moldes do FGO (Fundo de Garantia de Operações) e FGI (Fundo Garantidor para Investimentos).
O programa reuniria outros fundos, que serviriam de garantia para as operações. A avaliação é que a obtenção de garantia para liberar empréstimos e reduzir custos é um dos maiores entraves para pequenas e médias empresas.
“O programa vai alavancar em crédito aproximadamente 100 bilhões de reais, com vários fundos interligados. Nós entraremos pesado com fundos garantidores”, disse a fonte, ponderando que o valor a ser disponibilizado nos fundos ainda passa por calibragem.
O custo orçamentário da medida ainda não está definido, afirmou esse membro da pasta. Segundo o relato, nos fundos selecionados para o programa, há recursos que voltariam para os cofres do Tesouro, mas essas verbas serão mantidas onde estão para viabilizar as garantias.
No desenho do programa, o BNDES deve ser escalado para administrar fundos, assim como faz atualmente com o FGI. A Caixa, por sua vez, deve operar a parte do programa voltado especificamente a microempresários.
Procurado, o Ministério da Economia não respondeu de imediato.
3 – PECs dos combustíveis ficam ‘definitivamente afastadas’, diz Lira
O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que, com a expectativa de o Senado votar projetos que tratam de combustíveis na próxima terça-feira (22) as Propostas de Emenda à Constituição (PEC) apresentadas no Congresso para desonerar impostos sobre esses produtos sem compensação fiscal estão “definitivamente afastadas”.
Lira se reuniu nesta quarta-feira, 16, com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e relator das medidas na Casa, senador Jean Paul Prates (PT-RN), para discutir o assunto.
“O que ficou entendido é que as duas Casas vão perder um pouco mais de tempo, para que a gente possa ganhar mais rapidez no retorno”, disse Lira a jornalistas. “Para que a gente tenha isso votado, talvez, no Senado na próxima terça-feira e reenviado para a Câmara num texto consensual entre as duas Casas ou, pelo menos, mais aproximado de uma convergência mútua.”
O presidente da Câmara disse que os deputados podem ainda fazer alterações nos projetos que forem aprovados no Senado, mas que haverá uma convergência no “corpo principal” dos textos. “E com isso, as PECs ficam definitivamente afastadas.”
Havia expectativa de que o Senado levasse nesta quarta a plenário dois projetos sobre combustíveis, mas Pacheco adiou a apreciação dessas matérias para a próxima terça-feira.
As propostas relatadas por Jean Paul Prates incluem, por exemplo, a criação de uma conta de estabilização de preços dos combustíveis e a alteração do modelo de cobrança do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos Estados, mas com liberdade para cada governador definir a alíquota.
PEC dos Combustíveis
No começo do mês, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) protocolou uma proposta que permite redução de tributos sobre combustíveis sem compensações. Apelidada pela equipe econômica de “PEC Camicase”, a medida teria impacto fiscal superior a R$ 100 bilhões, pelas projeções iniciais.
Antes, o deputado Christino Áureo (PP-RJ) havia apresentado uma PEC no mesmo sentido, com aval da Casa Civil, que representaria uma perda de arrecadação entre R$ 52 bilhões e R$ 54 bilhões.
4 – Em alta, ativos do Brasil surpreendem
Apesar de um cenário adverso no mercado internacional e da proximidade das eleições, os ativos brasileiros entraram numa trajetória de alta no início deste ano. Desde janeiro, o Ibovespa, principal índice da B3, avançou 9,5%, enquanto o dólar caiu 7,45% – passando de R$ 5,58 para R$ 5,18. Só nesta terça-feira, 15, a Bolsa subiu 0,82%, para 114,8 mil pontos, e a moeda americana recuou 0,72%.
O desempenho brasileiro destoa do de países ricos. Nos EUA, por exemplo, a Bolsa de Nova York acumula queda de 2,84%, e a Nasdaq, de 10,85%. Na Europa, Frankfurt recuou 2,84% desde o início de 2022. Mercados latino-americanos seguem a tendência brasileira. As Bolsas da Argentina e do Chile já avançaram 5,4% e 8%, respectivamente.
Esse cenário não é o esperado quando há a expectativa de um aperto monetário pelo Federal Reserve (o Banco Central dos EUA). Nesses casos, o fluxo de capital é em direção ao mercado americano, que passa a pagar mais por empréstimos e é tido como mais seguro.
Para o economista-chefe da Trafalgar Investimentos, Guilherme Loureiro, o que explica o panorama é o fato de as Bolsas americanas estarem caras, as europeias com risco elevado em razão do conflito entre Rússia e Ucrânia e a chinesa ainda sofrendo com a crise do setor imobiliário. “Aí aparece a América Latina, ainda mais em um ambiente de commodities mais altas.”
O diretor de investimentos da XP Private, Artur Wichmann, afirma que o otimismo não é com os ativos brasileiros, mas com as companhias que trabalham com commodities. “Antes de dizer que o Brasil está se destacando, tem de separar o que é mérito nosso. O mundo ligado ao ciclo de commodities e à alta de juros é que vai muito bem.”
5 – Busca a valores esquecidos registra quase 90 milhões de consultas
Quase 90 milhões de pessoas físicas e empresas já fizeram consultas ao sistema que busca valores esquecidos em instituições financeiras, informou o Banco Central (BC). Desde a abertura do site, na noite de domingo (13), até as 18h de hoje (16), 86.997.576 consultas foram registradas. Nas últimas 24 horas, cerca de 21 milhões acessaram a página.
Desse total, 85.312.803 consultas foram feitas por pessoas físicas e 1.684.773, por pessoas jurídicas. De acordo com o BC, 17.773.019 (20,4%) resultaram em saldos a resgatar, dos quais 17.531.498 se referem a pessoas físicas e 241.521 a empresas.
Calendário
A consulta pode ser feita por qualquer cidadão ou empresa, em qualquer horário. No entanto, caso o sistema informe recursos a receber, os usuários foram divididos em três grupos, baseados na data de nascimento ou na data de fundação da empresa.
Quem nasceu antes de 1968 ou abriu a empresa antes desse ano poderá conhecer o saldo residual e pedir o resgate entre 7 e 11 de março, no mesmo site. A própria página informará o horário e a data para pedir o saque. Caso o usuário perca o horário, haverá uma repescagem no sábado seguinte, em 12 de março, das 4h às 24h.
Para pessoas nascidas entre 1968 e 1983 ou empresas fundadas nesse período, o prazo será de 14 a 18 de março, com repescagem em 19 de março. Para quem nasceu a partir de 1984, ou abriu empresa nesse ano, a data vai de 21 e 25 de março, com repescagem em 26 de março. As repescagens também ocorrerão aos sábados no mesmo horário, das 4h às 24h.
Quem perder o sábado de repescagem poderá pedir o resgate a partir de 28 de março, independentemente da data de nascimento ou de criação da empresa. O BC esclarece que o cidadão, ou empresa, que perder os prazos não precisa se preocupar. O direito a receber os recursos é definitivo e estes continuarão guardados pelas instituições financeiras até o correntista pedir o saque.
Com informações da Reuters, Estadão Conteúdo e Agência Brasil
Veja também
- Qual é sedução da próxima ‘grande coisa’?
- DEFI11 estreia na B3; entenda como funciona o investimento
- Lula ou Bolsonaro? Veja 8 opiniões sobre como o mercado enxerga a disputa
- Depois da máxima histórica, JBS cai mais de 5%, o que aconteceu?