A produtora de papel e celulose Klabin (KLBN11) registrou lucro líquido de R$ 875 milhões no primeiro trimestre de 2022, alta de 108% frente ao igual período do ano passado, à medida que preços mais altos repassados aos clientes compensaram perdas com câmbio, menor volume de vendas e impactos na cadeia de suprimentos.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de R$ 1,726 bilhão no período, avanço de 38% em base anual e que exclui efeito positivo não recorrente de R$ 20 milhões no primeiro trimestre do ano passado.
Analistas consultados pela Refinitiv esperavam, em média, Ebitda de R$ 1,748 bilhão.
A receita líquida da companhia avançou 28% entre janeiro e março contra um ano antes, para R$ 4,4 bilhões, ainda que o volume bruto de vendas tenha caído 1% no intervalo.
“Os reajustes de preços realizados em todos os negócios ao longo dos últimos trimestres permitiram compensar o impacto negativo da valorização do real em relação ao dólar nas exportações, levando ao forte crescimento da receita líquida no primeiro trimestre de 2022”, disse a Klabin no comunicado de resultados.
Os efeitos de preços mais altos devem continuar beneficiando a companhia, dado que a Klabin anunciou recentemente elevação nos preços de celulose de fibra curta a clientes na China a partir de maio, enquanto no final de março e começo de abril houve reajuste para cima generalizado nos seus produtos para Ásia e na Europa.
Com preços mais altos, a margem Ebitda ajustada recorrente da Klabin subiu de 36% a 39% ano a ano, mas caiu frente o percentual de 41% registrado no quarto trimestre.
A tendência de melhora na base anual e queda na comparação trimestral é vista por todo o balanço da Klabin, com o lucro líquido recuando 17% frente aos três meses imediatamente anteriores, diante de menores volume de vendas, receita líquida e margens.
Entre os dados operacionais, a produção total em toneladas da empresa subiu 5% nos três meses encerrados em março em relação a igual etapa de 2021, com alta de 20% no negócio de papéis compensando queda de 14% em celulose devido à parada de manutenção da unidade Puma.
Já a diminuição de 1% no volume de vendas totais, excluindo madeira, deve-se a recuos de 11% cada em celulose e embalagens, enquanto papéis subiu 24%. A Klabin afirmou que parte das vendas ficou para o trimestre atual por causa de “gargalos logísticos”.
A situação macreconômica e dificuldade logística global também impactou no custo caixa total da empresa, que engloba custo com produtos vendidos e despesas administrativas e com vendas. O indicador avançou 22% no primeiro trimestre contra o ano anterior, diante da fatores como elevação nos preços de matérias-prima e do preço do frete, mas registrou estabilidade ante outubro a dezembro.
A alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda caiu a 2,7 vezes em dólares, de 4 vezes um ano antes e 2,9 vezes no trimestre imediatamente anterior, por conta do aumento do Ebitda.
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