Fed deve promover novo aumento de sua taxa de juros na próxima semana, quando dados de atividade, incluindo o PIB dos EUA e zona do euro, mostrarão o impacto do aperto monetário na economia global. No Brasil, IPCA-15 deverá apontar forte desaceleração a uma semana do Copom. Risco fiscal e pesquisas eleitorais seguem no radar. Temporada de balanços ganha força com Petrobras e Vale.
Fed decide juros / PIB dos EUA
O Fed deve promover na próxima quarta-feira (27) um segundo aumento consecutivo de juro de 0,75 ponto percentual, segundo economistas consultados pela Bloomberg. O presidente do BC americano, Jerome Powell, fala após a reunião.
Economistas esperam, no entanto, que o Fomc desacelere o ritmo de alta para meio ponto percentual em setembro e depois para um quarto de ponto nas duas reuniões restantes do ano. Isso elevaria a faixa superior da meta de política do Fed para 3,5% até o final de 2022, o nível mais alto desde o início 2008.
Após PMIs fracos na Europa e EUA ampliarem o receio de recessão global e derrubarem as taxas dos títulos nesta sexta-feira, o mercado na próxima semana monitora dados como o PIB dos EUA (quinta-feira) e os da zona do euro e Alemanha (sexta). Semana também será forte em balanços no exterior com destaque para Microsoft e Meta Platforms.
IPCA-15 e IGP-M
A prévia da inflação oficial do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) de julho sai na terça-feira (26) e os economistas estimam uma desaceleração do índice para 0,13%, contra 0,69% em junho.
O recuo da inflação este mês é esperado diante do impacto do corte de impostos e tarifas como dos combustíveis. Para o IPCA fechado de julho, há a possibilidade de deflação.
No entanto, esse alívio vem sendo visto como apenas de curto prazo, dado que as expectativas de inflação para 2023 seguem em alta diante dos riscos fiscais, o que leva o mercado a apostar num ciclo mais extenso de aperto monetário.
BC divulgará na segunda a penúltima pesquisa Focus antes do Copom da semana seguinte. O IGP-M de julho sairá na quinta-feira.
Risco fiscal
Em meio à preocupação do mercado com o teto de gastos a partir de 2023, o governo divulgará resultados fiscais na próxima semana. O resultado do governo central em junho sai dia 28, com previsão de superávit primário de R$ 13,3 bilhões.
A arrecadação do mesmo mês, divulgada nesta quinta-feira, superou R$ 180 bilhões e ficou acima das estimativas. O ministro Paulo Guedes disse que a arrecadação mostra que o crescimento econômico está surpreendendo e as contas públicas estão em ordem.
Analistas do mercado, contudo, têm argumentado que parte do ganho da receita vem do aumento da inflação, enquanto as despesas sociais ampliadas e desonerações, nas vésperas da eleição, geram incertezas.
Pesquisas eleitorais
A pesquisa do Ipespe de intenção de voto para presidente, encomendada pela XP, deve ser divulgada na manhã de segunda-feira (25), segundo Lauro Jardim, do “O Globo”. A pesquisa passou de semanal a mensal após sondagem anterior desagradar os apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, diz a coluna.
Nova pesquisa do Datafolha será divulgada na quarta-feira que vem com foco no eleitor jovem, diz o Globo. Neste domingo, a candidatura à reeleição de Bolsonaro deve ser ratificada, na convenção do PL marcada para o Maracanãzinho, no Rio.
Balanços do 2º tri
Depois de reduzir as projeções para a produção de minério de ferro no ano e frustrar a estimativa com a produção do 2º trimestre, a Vale apresenta o desempenho financeiro completo no dia 28, mesmo dia em que também saem os balanços de Petrobras, Santander Brasil, Ambev e Gol.
O governo do Rio Grande do Sul promove leilão para privatizar a companhia estadual de geração de energia. A entrega de propostas acontece no dia 26 e o leilão acontece no dia 29. Veja o calendário completo dos balanços.
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