O BTG Pactual (BPAC11) reduziu o preço-alvo da ação da Telefônica Brasil, de R$ 64 para R$ 50, citando potenciais maiores custos de capital, mas reiterou recomendação de compra.
A equipe do BTG revisou o modelo de projeções da empresa, que opera sob a marca Vivo (VIVT3), incorporando a compra dos ativos móveis da Oi (OIBR3), o que elevou projeções de Ebitda e receita.
Apesar disso, eles reduziram o preço-alvo, citando maiores custo de capital e de custo ponderado médio de capital para descontar fluxo de caixa.
Os analistas Carlos Sequeira, Osni Carfi e Guilherme Guttilla reduziram a estimativa de lucro líquido da Telefônica Brasil em 2022 de R$ 3,3 bilhões para R$ 3,1 bilhões. Para 2023, o corte foi de R$ 4,7 bilhões para R$ 3,9 bilhões.
Do outro lado, a estimativa de receita para 2022 cresceu de 46,4 bilhões para 47,6 bilhões e de 48,4 bilhões para 49,9 bilhões de reais no ano que vem. O Ebitda ajustado foi de 18,3 bilhões a 18,9 bilhões este ano e de 19,3 bilhões a 20,1 bilhões em 2023.
O relatório aponta que a expectativa de menores dividendos é um dos principais fatores afetando o desempenho da ação, à medida que a incorporação dos ativos da Oi e os impactos de juros e inflação derrubaram os lucros da empresa no primeiro semestre, tendência que devem continuar no curto prazo.
As ações da Telefônica Brasil caminham para o quinto mês seguido de queda, período no qual acumulou recuo de 23,3%. Por volta de 12h30, os papéis cediam 1,1%, a 40,34 reais, nesta quinta-feira, enquanto o Ibovespa perdia 1,2%, em dia negativo para as bolsas internacionais.
Uma das opções levantadas pelos analistas do BTG para elevar os proventos aos acionistas é uma redução de capital, embora essa possibilidade não esteja no cenário-base do banco. “Se acontecer, provavelmente será em 2023”, escreveram no relatório.
A equipe do BTG disse que a avaliação de Telefônica Brasil é atrativa nos níveis atuais, já que a ação negocia a 4,2 vezes o valor de firma sobre o Ebitda estimado para 2023, contra 5,8 vezes dos pares. Porém, afirmaram que a TIM oferece melhor opção risco-retorno no momento, já que negocia a um múltiplo menor, de 4,1 vezes, e é esperada que entregue um dividendo maior no ano que vem.
“No médio e longo prazo, os dividendos da Telefônica Brasil devem voltar aos altos níveis dos últimos anos”, disseram.
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