O Federal Reserve (FED) provavelmente manterá sua postura agressiva e estabelecerá as bases para que os juros cheguem a 5% em março de 2023, o que deve levar os EUA e o mundo a uma recessão, segundo economistas consultados pela Bloomberg.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) aumentará a taxa básica dos EUA em 0,75 ponto percentual pela quarta reunião consecutiva na próxima quarta-feira (2), segundo a pesquisa.
Os economistas projetam mais meio ponto em dezembro, e altas de um quarto nas duas reuniões seguintes. As projeções do Fed divulgadas na reunião de setembro mostravam os juros chegando a 4,4% este ano e 4,6% no próximo, com cortes em 2024.
Os Economistas veem um Fed determinado a não mudar a direção da política monetária cedo demais diante da inflação mais alta em 40 anos.
A estimativa de uma taxa de pico mais alta reflete números mais altos do que o esperado para o núcleo do índice de preços ao consumidor nos últimos dois meses. A pesquisa com 40 economistas foi realizada de 21 a 26 de outubro.
“As pressões inflacionárias permanecem intensas e o Fed deve subir 75 pontos-base em novembro”, disse James Knightley, economista-chefe internacional do ING, em uma resposta à pesquisa. “Atualmente, estamos prevendo um aumento mais suave de 50 pontos-base em dezembro, devido a um cenário econômico e de mercado enfraquecidos”, mas os riscos pendem para uma quinta alta de 75 pontos-base, disse.
O presidente do Fed, Jerome Powell, disse que o banco central está fortemente comprometido em restaurar a estabilidade de preços. Ele alertou que o processo será doloroso.
Powell e seus colegas não perderam a esperança de conseguir um pouso suave para a economia. Mas pela primeira vez nas pesquisas antes da reunião do FOMC, a maioria dos economistas — três quartos — vê uma recessão como provável nos próximos dois anos, e a maioria dos restantes vê um pouso forçado com um período de crescimento zero ou negativo à frente.
O risco de que o banco central americano aumente juros demais e cause danos desnecessário à economia é maior do que o de apertar de menos, segundo 75% dos economistas.
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