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Economia

Vale inicia geração de usina Sol do Serrado em MG; avança com descarbonização

A meta da mineradora é reduzir as suas emissões líquidas de carbono em 33% até 2030.

A Vale (VALE3) iniciou nesta quinta-feira (17) a operação do parque de energia solar Sol do Cerrado, em Jaíba, ao norte de Minas Gerais, em um passo importante para que a mineradora atinja sua meta de reduzir as suas emissões líquidas de carbono (escopos 1 e 2) em 33% até 2030 e zerá-las até 2050.

Com investimentos de 3 bilhões de reais, o parque de geração solar –um dos maiores da América Latina– terá potência instalada de 766 megawatts-pico e atingirá plena capacidade em julho de 2023, representando então 16% de toda a energia consumida pela Vale no Brasil.

Para se ter uma dimensão do empreendimento, a Sol do Cerrado equivalerá a 41% de toda a geração atual de energia solar de Minas Gerais e a 10% do Brasil, segundo cálculos da mineradora.

Em entrevista, a gerente-executiva na área de Energia da Vale, Ludmila Nascimento, pontuou que a entrega do projeto é um dos resultados dos compromissos de descarbonização da mineradora assumidos em 2019. A empresa também planeja atingir 100% do consumo de eletricidade renovável no Brasil até 2025, e, globalmente, até 2030.

“É um projeto bem relevante para a matriz energética da Vale… já é um resultado de uma das iniciativas que constam da nossa estratégia de descarbonização”, disse Nascimento à Reuters.

A energia gerada pelo Sol do Cerrado reduzirá as emissões da Vale em 134 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, o que representa a emissão de aproximadamente 100 mil carros compactos, explicou.

Uma das maiores consumidoras de eletricidade do Brasil, a Vale consumiu em 2021 cerca de 800 MWmed, sendo 99% de fontes renováveis, segundo dados da companhia.

Ainda no ano passado, cerca de 70% da energia elétrica da Vale no Brasil foi proveniente de ativos próprios, como hidrelétricas e plantas eólicas. O Sol do Cerrado vai adicionar cerca de 16 pontos percentuais a esse montante, disse Nascimento. Devido a sua relevância, o projeto foi levado pela Vale à conferência do clima COP 27 neste ano, em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Usina solar em Manaus, no Brasil. REUTERS/Bruno Kelly

A usina solar é composta por 17 subparques, dos quais quatro já foram energizados. Quando estiver em plena capacidade, o Sol do Cerrado contará com 1,4 milhão de placas solares com sistema de rastreamento automático da movimentação do sol durante o dia, para maior aproveitamento dos raios solares.

Para o projeto, serão utilizados 10,2 milhões de metros de cabos por onde a energia será conduzida.

O projeto abrange ainda uma linha de transmissão de 15 quilômetros de extensão, com tensão de 230 mil volts, interligando as subestações Coletora Sol do Cerrado e Jaíba, de onde a energia é escoada para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

A Vale afirmou que as obras do Sol do Cerrado começaram em janeiro de 2021 e geraram cerca de 3 mil empregos no pico das atividades, quase 50% de mão de obra local e 16% de mulheres. Quando atingir a capacidade máxima de operação, o Sol do Cerrado contará com 90 trabalhadores permanentes de diversas qualificações.

Carteira de projetos

A gerente-executiva na área de Energia da Vale destacou que a matriz energética do Brasil já é bastante renovável e que a Vale vem investindo ao longo dos anos para ampliar a sua geração com custos competitivos.

A Vale tem outros projetos em sua carteira.

Por meio da joint venture em parceria com a Cemig chamada Aliança, a empresa possui dois projetos eólicos no Ceará e está construindo um terceiro no Rio Grande do Norte. A mineradora estuda ainda a implantação de um projeto híbrido (solar e eólico) na Bahia e a possível expansão do Sol do Cerrado para atender o aumento da demanda na produção.

No exterior, a gerente-executiva destacou que a mineradora está atuando para o desenvolvimento de projetos de geração no Canadá e em Omã, onde tem atividades importantes.

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