Maiores bancos de Wall Street cortam bônus em até 30%
Em Wall Street, expectativas pessimistas para o pagamento de bônus de banqueiros neste ano têm se concretizado em ritmo acelerado. O menor volume de acordos de fusão e aquisição colocou um fim à guerra do setor por talentos, enquanto empresas recuperam o poder de barganha na negociação dos pacotes de remuneração.
JPMorgan Chase, Bank of America (BOAC34) e Citigroup (CTG34) estudam planos para cortar bônus de suas equipes de bancos de investimento em até 30%, de acordo com pessoas com conhecimento das deliberações internas. Algumas empresas consideram deixar funcionários com baixo desempenho sem pagamento extra. As propostas ainda estão em discussão e podem mudar nas próximas semanas, disseram as pessoas.
Esses são os primeiros sinais dos bônus de fim de ano previstos para o setor, na esteira da queda dos acordos de aquisição e das vendas de novos títulos diante das perdas do mercado em 2022. A receita de bancos de investimento entre as cinco maiores instituições financeiras dos EUA despencou 47% nos primeiros nove meses do ano, um forte declínio de US$ 18,8 bilhões. No Goldman Sachs (GSGI34), mesmo operadores que ganharam mais não estão imunes a cortes de bônus.
Para legiões de banqueiros e traders, os bônus anuais podem chegar a milhões de dólares e equivaler a muitos múltiplos do salário anual. Profissionais de Wall Street passam meses contando com bônus para pagar escolas particulares caras, casas de veraneio luxuosas e planos de clubes privados.
Menos de um ano atrás, empregadores travavam uma feroz guerra de lances por talentos. Algumas empresas renunciaram às demissões quase inteiramente enquanto tentavam segurar profissionais qualificados. As demissões recomeçaram há alguns meses e agora, com um número crescente de banqueiros de Wall Street recém-desempregados, os bancos têm mais força para colocar um limite aos salários. Muitos funcionários carecem de outras opções viáveis.
“Aqueles com melhor desempenho serão apreciados”, disse Anthony Keizner, sócio-gerente da empresa de recrutamento executivos Odyssey Search Partners. “Mas, em vez de pagar muito a alguns banqueiros e dispensar outros, parece que a estratégia mais comum será cortar os bônus de forma mais ampla.”
Representantes do JPMorgan, Citigroup e Bank of America não quiseram comentar.
Nem tudo é negativo. Traders de juros e commodities ajudaram a impulsionar a receita de negociação de renda fixa para US$ 53,7 bilhões em Wall Street, o segundo melhor desempenho já registrado.
No Bank of America e no Citigroup, isso significa que os executivos podem manter os pacotes de bônus para traders nos níveis do ano passado, disseram algumas das pessoas. E executivos desses bancos avaliam recompensar os melhores operadores de juros, moedas e commodities com pacotes de remuneração mais altos.
Sem bônus
Este ano, bancos como Citigroup, Bank of America e Barclays (B1CS34) podem decidir não pagar bônus a dezenas de profissionais com fraco desempenho. No Goldman, o número de banqueiros que não receberão nada pode ultrapassar 100.
Um porta-voz do Barclays não comentou.
O não pagamento de bônus costuma ser sinal de futura demissão, mas também uma espécie de desafio: se uma empresa deseja reduzir o quadro de funcionários, pode tomar a medida em relação a vários deles e ver se um número suficiente capta a mensagem para acelerar o desgaste. Ou, com o aumento das demissões em outras empresas, alguns gerentes podem apostar que os desempregados continuarão aparecendo por um preço baixo.
“Para onde esses banqueiros irão?” pergunta Keizner, da Odyssey. “Os bancos querem que suas equipes permaneçam por perto” porque, segundo ele, quando as coisas melhorarem, não querem se ver novamente na situação de escassez de profissionais.
CEOs cripto temem que pior está por vir e cortam mais empregos
Os ativos digitais já enfrentam uma das piores crises do setor há um ano, mas, a julgar por anúncios recentes de demissões, os executivos cripto parecem se preparar para mais turbulência.
As bolsas de criptomoedas Bybit e Swyftx nos últimos dois dias disseram que vão demitir 30% e 35% de seus funcionários, respectivamente. Os anúncios foram feitos menos de uma semana depois que a rival maior Kraken revelou cortes semelhantes.
Com as reverberações da implosão da FTX de Sam Bankman-Fried, o CEO da Bybit, Ben Zhou, e seu colega da Swyftx, Alex Harper, deram avaliações francas sobre os desafios enfrentados pelo setor.
Em uma mensagem aos funcionários vista pela Bloomberg News, Harper citou o potencial para mais eventos imprevisíveis, e disse que os volumes de negociação podem sofrer “uma queda potencialmente acentuada” no primeiro semestre de 2023. Zhou sinalizou a possibilidade de que “estejamos entrando em um inverno ainda mais frio do que esperávamos, tanto do ponto de vista do setor quanto do mercado”.
As bolsas estão no epicentro da crise do setor porque os volumes de negociação caíram drasticamente, depois que uma queda de US$ 2 trilhões no valor de mercado dos ativos digitais afastou operadores de varejo.
Além disso, dúvidas sobre se a FTX teria utilizados inapropriadamente fundos de clientes para sustentar a Alameda Research, a corretora de Bankman-Fried, levaram a uma perda de fé nos mercados centralizados.
Depois de um ano de hacks, colapsos e falências, o pessimismo agora toma conta do setor. Uma queda de aproximadamente 70% no preço do Bitcoin para US$ 5.000 no próximo ano está entre os cenários “surpresa” que os mercados podem estar “subestimando”, disse o chefe global de pesquisa do Standard Chartered, Eric Robertsen, em nota. Isso deixaria a moeda digital cerca de 90% abaixo do pico de quase US$ 69.000 em novembro de 2021.
Apesar de toda a preocupação entre os executivos de ativos digitais, talvez a previsão mais sombria para o setor venha de um dos maiores nomes das finanças tradicionais. O CEO da BlackRock, Larry Fink, um cético das criptomoedas de longa data, disse na semana passada que espera que a maioria das empresas cripto não sobreviva ao caos desencadeado pela quebra da FTX.
Abimaq diz que trabalhará ‘incansavelmente’ pela reindustrialização do Brasil
O presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Gino Paulucci Junior, enfatizou nesta segunda-feira (5) que a entidade atuará “incansavelmente” pela reindustrilização do Brasil. Paulucci Junior abriu a cerimônia do almoço anual de confraternização da Abimaq, realizado mais cedo em São Paulo (SP).
Comentando sobre as incertezas antes da eleição presidencial e a expectativa quanto à escolha da equipe do próximo governo, Paulucci Junior destacou que “políticas de governo não atendem (o setor) porque trazem insegurança jurídica”. “Para ter segurança jurídica, é preciso ter política de Estado”, afirmou.
O executivo reforçou que a associação seguirá atuando pela redução do custo Brasil, com vistas a melhorar a competitividade da indústria e eliminar entraves que reduzem investimentos. “Redução do custo Brasil é primordial para a competitividade da indústria”, afirmou.
Paulucci Junior também disse que a Abimaq apoiará reformas estruturantes como a tributária e a administrativa.
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