O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central inicia nesta terça-feira (21) sua reunião de política monetária, com o mercado esperando manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano.
Segundo dados da B3 sobre contratos de opção de Copom, considerando a expectativa do mercado, a probabilidade de manutenção percentual da taxa Selic na reunião desta semana é de 95,5%. Também é vislumbrada uma possibilidade de queda de 0,25 ponto, mas a probabilidade é menor, de 4,3%.
Se para a decisão a ser anunciada na quarta-feira (22) há quase um consenso pela manutenção, a maior dúvida do mercado é o que será feito a seguir pelo Banco Central. Os dados da B3 sobre Opção de Copom mostram o mercado bem dividido nas expectativas para a reunião de maio: 62,5% de probabilidade de manutenção da taxa, 13,82% de queda de 0,25 ponto e 22,15 de recuo de 0,5 ponto.
O mercado vai buscar pistas sobre os próximos passos no comunicado do Copom, em um cenário de incertezas externas em meio à crise bancária e, internamente, expectativas pelo anúncio de um novo arcabouço fiscal.
Daniel Biolo, especialista em investimentos e sócio da GT Capital, acredita que o Banco Central deve se manter cauteloso em manifestar qualquer previsão na redução da taxa de juros, muito em função do cenário inflacionário doméstico, juros globais e também pela incerteza no mercado de crédito brasileiro. “Levando em consideração os fundamentos, não vemos espaço para taxa cair ainda este ano”, afirma.
Já Lucas Caumont, estrategista de investimentos da Matriz Capital, acredita que é possível que o Banco Central deixe claro no comunicado alguma sinalização sobre a queda na taxa de juros caso o arcabouço fiscal se mostre fiscalmente responsável. “Caso contrário, não tem como esperarmos que a taxa Selic cairá no curto prazo”.
‘Super Quarta’ também tem Fed
Além do Copom, o Federal Reserve (Fed) também inicia sua reunião de política monetária nesta terça-feira (21) e deve divulgar na quarta (22) se a taxa de juros no país se manterá no mesmo patamar ou se fará algum movimento.
Com a inflação ainda longe da meta (6% em 12 meses até fevereiro, contra meta de 2%) e as recentes crises de liquidez entre alguns bancos do país, agentes do mercado financeiro não têm um consenso sobre qual deve ser o rumo da taxa básica de juros norte-americana nesta reunião. Embora a maior parte do mercado precifique uma alta de 0,25 ponto percentual, há quem acredite que o Fed fará uma pausa no ciclo de aumento.
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