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Finanças

Trader que lucrou com colapso do Credit Suisse prevê crise de crédito

Boaz Weinstein, do hedge fund Saba Capital, diz que grandes ganhos para quem aposta em estresse do setor estão apenas começando.

Mesmo depois de ganhar com a turbulência bancária que pegou os mercados de surpresa, Boaz Weinstein não se vangloria. Na verdade, diz ele, os grandes ganhos para quem aposta em uma crise de crédito estão apenas começando.

É assim que seu hedge fund Saba Capital Management está posicionado — com apostas em um estresse que, segundo ele, provavelmente já está abalando o crédito privado e seguradoras. 

Boaz Weinstein. Crédito: Bloomberg

Seu principal fundo ganhou 73% na pandemia de 2020. Com US$ 4,3 bilhões em recursos, a Saba também aumentou seus retornos com as recentes ondas de choque geradas pela quebra de bancos nos EUA e o colapso do Credit Suisse, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.

“Do meu ponto de vista, a chance de uma grande derrocada dos mercados nos próximos seis meses, em relação ao quão barato está fazer hedge, nunca foi tão alta”, disse Weinstein em entrevista no escritório da Bloomberg em Londres.

Em sua opinião, isso poderia levar os spreads de crédito a níveis de crise, desencadear um aumento nas falências e derrubar as seguradoras que investiram pesado em crédito privado e no setor imobiliário comercial.

Para lucrar com mercados em queda, a Saba procura anomalias nos derivativos de crédito que protegem contra calote de dívida de empresas. Ela emite contratos de credit-default swap (CDS) para dívida de empresas que considera de alta qualidade e cujos CDSs parecem caros, enquanto compra proteção contra calote de empresas cíclicas e financeiras cujos riscos parecem ser subestimados pelo mercado. 

Recentemente, Weinstein, ex-codiretor de crédito do Deutsche Bank, percebeu que os bancos estavam ficando nervosos. Ele diz que eles estão cortando o risco discretamente por meio de derivativos de crédito para aumentar os índices de capital e se precaver contra uma próxima onda de inadimplência.

Em março, Weinstein ganhou com uma estratégia dupla, comprada e vendida, em Credit Suisse, de acordo com a pessoa familiarizada, que não quis ser identificada.

Agora ele vê sinais de perigo em toda parte, e o colapso das ações do First Republic Bank só parecem corroborar isso. 

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