Os dados da inflação nos Estados Unidos divulgados na véspera vieram em linha com a projeção do mercado sem trazer surpresas negativas. Na manhã desta quinta-feira (11), os índices futuros dos EUA e as bolsas europeias amanheceram no campo positivo.
Agentes do mercado aguardam pelos números semanais de pedidos de seguro-desemprego da semana anterior, bem como os dados do Índice de Preços ao Produtor (IPP) de abril, que mede as mudanças nos preços dos bens usados pelos produtores. Já na China, os dados de novos empréstimos de abril serão conhecidos.
No campo corporativo, a Petrobras (PETR4) divulga seu balanço financeiro referente ao primeiro trimestre após o fechamento do pregão. É aguardado um trimestre positivo, porém, o mercado se volta para possíveis anúncios de dividendos e sobre a política de remuneração dos acionistas.
Para além da petroleira, Alupar, Copel, Enauta, Equatorial, Grupo Mateus, Guararapes,Odontoprev, Qualicorp , Light, B3, Aeris, Cogna, EZTec, Helbor, Moura Dubeux, MRV, Plano & Plano, Porto Seguro e Santos Brasil divulgam seus resultados.
Veja abaixo mais 3 fatos para hoje:
1 – BC britânico sobe juros para 4,5% com inflação desacelerando
O Banco da Inglaterra elevou sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual nesta quinta-feira, para 4,5%, levando os custos de empréstimos ao nível mais alto desde 2008 com seu 12º aumento consecutivo, conforme busca conter a inflação mais rápida entre as grandes economias.
O banco central não prevê mais recessão depois que revisou para cima suas projeções de crescimento ante os números sombrios divulgados em fevereiro, a maior melhora desde que publicou as primeiras previsões em 1997.
2- Yellen destaca objetivos comuns com Brasil
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, destacou a luta contra a mudança climática e outros objetivos compartilhados entre EUA e Brasil, em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no Japão nesta quinta-feira.
O Japão, que preside o Grupo das Sete economias avançadas este ano, convidou o Brasil para participar da reunião desta semana entre os ministros das Finanças e banqueiros centrais do G7, juntamente com a Índia, a Indonésia e a União Africana. O Brasil liderará o Grupo das 20 (G20) principais economias no próximo ano.
Yellen deu as boas-vindas à participação do Brasil, dizendo que os EUA e o Brasil, as maiores democracias das Américas, estão unidos na defesa de seus valores democráticos no país e no exterior.
“Todos nós devemos fazer parcerias para lidar com os desafios globais que enfrentamos hoje, e o papel do Brasil nesses esforços globais será fundamental em sua presidência do G20 no próximo ano”, disse ela a Haddad, em observações preparadas para serem entregues no início da reunião na cidade japonesa de Niigata, onde acontece o encontro do G7.
Os dois países também compartilham objetivos sobre mudanças climáticas, construção de infraestrutura de alta qualidade, mobilização de capital privado para o desenvolvimento e combate à pobreza, disse ela.
“Em um momento de maior incerteza e riscos, devemos trabalhar juntos para mostrar aos países em desenvolvimento que o G20 pode oferecer soluções práticas e acionáveis”, disse Yellen.
A reunião ocorre semanas depois que o governo do presidente dos EUA, Joe Biden, disse que contribuiria com 500 milhões de dólares para o Fundo Amazônia, embora tenha havido tensões entre os dois países sobre o envio de armas ocidentais para a Ucrânia.
O Tesouro norte-americano também está trabalhando com as autoridades brasileiras para ajudá-las a expandir as parcerias público-privadas e o financiamento de longo prazo por meio dos mercados de capitais, disse ela.
3 – Auditorias na China estão repletas de deficiências, diz órgão fiscalizador dos EUA
Um órgão fiscalizador contábil dos Estados Unidos encontrou deficiências inaceitáveis em auditorias de empresas chinesas listadas nos Estados Unidos realizadas pela KPMG na China e pela PricewaterhouseCoopers em Hong Kong, informou a agência governamental nesta quarta-feira.
O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas dos EUA (PCAOB) publicou as conclusões de suas inspeções depois de obter acesso aos registros de auditores de empresas chinesas pela primeira vez no ano passado, após mais de uma década de negociações com as autoridades chinesas. Esse acesso impediu que cerca de 200 empresas públicas com sede na China fossem potencialmente expulsas das bolsas de valores dos EUA.
As deficiências foram tão grandes que os auditores não conseguiram obter evidências suficientes para substanciar as demonstrações financeiras das empresas, disse a presidente do PCAOB, Erica Williams, a repórteres na quarta-feira.
As empresas, duas das chamadas “Quatro Grandes” na contabilidade global, representam 40% da participação de mercado das empresas listadas nos EUA auditadas por empresas de Hong Kong e da China continental, disse ela.
A PricewaterhouseCoopers (PwC) em Hong Kong disse que está trabalhando com o PCAOB para resolver os problemas levantados e observou que o relatório de inspeção é um marco importante para a cooperação dos EUA e da China. A KPMG Huazhen na China disse em comunicado que tomou medidas para resolver os problemas encontrados pelo PCAOB.
Embora a agência tenha dito que geralmente descobre problemas ao obter acesso pela primeira vez aos registros de auditoria de um país estrangeiro, as deficiências podem aumentar as preocupações dos investidores sobre a precisão das demonstrações financeiras públicas das empresas chinesas listadas nos EUA. Alguns investidores, no entanto, disseram que as descobertas podem ajudar a melhorar a contabilidade das empresas chinesas.
“O fato de termos encontrado tantas deficiências é realmente um sinal de que o processo de inspeção funcionou e agora podemos realizar o trabalho de responsabilizar as empresas e impulsionar a qualidade da auditoria”, disse Williams.
A agência disse que inspecionou oito auditorias. Ela não divulgou quais auditorias de empresas havia selecionado para inspeção, mas a Reuters havia informado anteriormente que o Alibaba Group Holding e o Yum China Holdings estavam entre eles.
*Com Reuters
Veja também
- Com a explosão dos juros, títulos IPCA+ tombam até 31% no ano
- O que Trump e Lula têm em comum: a queda de braço com o Banco Central
- Bancos brasileiros batem gringos e solidificam liderança no mercado de crédito privado local
- Banco Central confirma expectativa e sobe Selic para 11,25% ao ano
- Promessas de Trump devem levar Fed a fazer cortes de juros mais brandos