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Finanças

Dólar fecha abaixo de R$ 5 após dados de inflação nos EUA; Ibovespa sobe

Dados de inflação sem surpresas negativas alimentam expectativas por manutenção dos juros pelo Fed.

O dólar encerrou em queda nesta quarta-feira (10), voltando a ficar abaixo do patamar de R$ 5, com o mercado repercutindo os dados de inflação dos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal indicador da bolsa de valores brasileira, encerrou em alta.

No dia, o dólar recuou 0,75%, a R$ 4,9495. Já o Ibovespa subiu 0,31%, aos 107.448 pontos.

No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 estava em 11,74%, ante 11,767% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 11,37%, ante 11,448% do ajuste anterior. Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,5%, ante 11,61%.

Inflação americana sobe

Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram em abril, potencialmente garantindo que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros elevada por um tempo.

O índice de preços ao consumidor subiu 0,4% no mês passado, após alta de 0,1% em março, informou o Departamento do Trabalho nesta quarta. Nos 12 meses até abril, o índice teve alta de 4,9%, após avançar 5% na comparação anual em março. A meta do Fed é de 2%.

Os dados vieram em linha com o esperado pelo mercado. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,4% no mês passado e aumentaria 5,0% na comparação anual.

Supermercado em Nova York 10/06/2022. REUTERS/Andrew Kelly/File Photo

“Os dados do CPI vieram basicamente em linha com o esperado pelo mercado subindo 0,4% em abril. Outro fator positivo é que o núcleo, que exclui alimentos e energia, também veio dentro do esperado registrando alta de 0,4%”, resume Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed.

“O mercado americano reage positivamente, com investidores à espera agora de uma manutenção dos juros pelo Fed, já que não houve surpresas negativas nos números.”

Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed

O Fed elevou sua taxa básica de juros em mais 25 pontos-base na semana passada, para a faixa de 5% a 5,25%, e sinalizou que pode interromper sua sequência de altas de juros mais rápida desde a década de 1980, embora tenha mantido um viés duro em relação à sobrevivência. O Fed aumentou sua taxa básica de juros em um total de 500 pontos-base desde março de 2022.

Cenário interno

No Brasil, investidores repercutiram dados mais fortes do que o esperado da produção industrial de março, enquanto ainda seguem acompanhando o noticiário político e monetário.

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo à diretoria de Política Monetária do Banco Central, disse na terça-feira que reduzir os juros básicos é vontade de “todo mundo”, afirmando ainda que sua nomeação à autarquia está em linha com a lei de independência do BC.

Ele também disse que a discussão feita no governo sobre a meta de inflação é permanente e visa acompanhar as melhoras práticas mundiais, e não afetar a taxa de juros no curto prazo.

Destaques da B3

A ação da Yduqs (YDUQ3) disparou 23,8%, ocupando a liderança das maiores altas do Ibovespa, após reportar na véspera balanço do primeiro trimestre acima do projetado pelo mercado. A companhia estimou ainda que o Ebitda deve ficar entre R$ 371 milhões e R$ 404 milhões no segundo trimestre.

O papel da Méliuz (CASH3) também teve alta de 1,14%, mesmo após ter reportado o balanço do primeiro trimestre mostrando Ebitda recorrente negativo de R$ 1,5 milhão, contra um resultado negativo de R$ 17 milhões. Em termos consolidados, porém, o Ebitda ficou negativo em R$ 28,4 milhões, de R$ 17,1 milhões também negativos um ano antes.

A Minerva (BEEF3) teve desempenho positivo de 3,5%, mesmo com o balanço da maior exportadora de carne bovina na América do Sul mostrando lucro líquido de R$ 114 milhões no primeiro trimestre, queda 0,5% na base anual, em período impactado por suspensão temporária de exportações de plantas brasileiras à China.

A Resseguradora IRB (IRBR3) teve alta de 1,9% após os analistas do JPMorgan cortarem a recomendação para as ações da resseguradora para “underweight” ante “neutra”, avaliando que o nível de preço dos papéis é “inconsistente com a visibilidade ainda baixa em torno do ritmo de recuperação e da lucratividade de longo prazo”. A SEC, órgão que regula o mercado de capitais norte-americano, também abriu processo contra a companhia.

A Braskem (BRKM5) recuou 1,86% em meio ao forte avanço dos últimos pregões, após a Novonor confirmar que recebeu oferta não vinculante da gestora de ativos Apollo e do grupo petrolífero dos Emirados Árabes Adnoc avaliando as ações da petroquímica brasileira em R$ 47 e que está avaliando a proposta.

A Telefônica Brasil, dona da Vivo (VIVT3), teve alta de 1,17%, na esteira do resultado do primeiro trimestre, com lucro líquido de R$ 835 milhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 11,3% frente a igual etapa de 2022, com maior receita operacional.

A CVC Corp (CVCB3) subiu 1,25%, tendo no radar resultado do primeiro trimestre, com prejuízo líquido de R$ 128 milhões, menor do que a perda do mesmo período do ano passado, enquanto o Ebitda caiu mais de 50%, para R$ 15,8 milhões. Em termos ajustados, porém, o Ebitda saltou 103%, para R$ 25,5 milhões.

A Ecorodovias (ECOR3) que não está no Ibovespa, avançou 2,58%, após divulgar um salto no lucro líquido do primeiro trimestre para R$ 113 milhões, contra R$ 11,8 milhões um ano antes, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 69,1%, com expansão em margem.

Bolsas mundiais

Wall Street

Os principais índices de Wall Street operavam em destinos mistos na tarde desta quarta-feira, com os preços ao consumidor nos Estados Unidos dando sinal de que as altas de juros do Fed estão gerando impacto.

O Dow Jones caía 0,43%, para 33.419,41 pontos. O S&P 500 tinha alta de 0,05%, a 4.121,23 pontos, enquanto o Nasdaq Composite avançava 0,60%, para 12.253,13 pontos.

Ásia

As ações chinesas ampliaram as perdas nesta quarta-feira após dados comerciais decepcionantes em abril.

As importações da China contraíram acentuadamente em abril, enquanto as exportações subiram em um ritmo mais lento do que em março, e apontaram para uma recuperação ainda lenta na demanda doméstica de bens e queda na demanda externa, o que exacerba os temores em torno da retomada econômica , dizem analistas.

  • Em TÓQUIO, o índice Nikkei recuou 0,41%, a 29,122 pontos.
  • Em HONG KONG, o índice HANG SENG caiu 0,53%, a 19,762 pontos.
  • Em XANGAI, o índice SSEC perdia 1,15%, a 3,319 pontos.
  • O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em XANGAI e SHENZHEN, recuou 0,77%, a 3,996 pontos.
  • Em SEUL, o índice KOSPI teve desvalorização de 0,54%, a 2,496 pontos.
  • Em TAIWAN, o índice TAIEX registrou baixa de 0,55%, a 15,641 pontos.
  • Em CINGAPURA, o índice STRAITS TIMES desvalorizou-se 0,02%, a 3.242 pontos.
  • Em SYDNEY o índice S&P/ASX 200 recuou 0,12%, a 7,255 pontos.

*Com informações da Reuters.

Este conteúdo é de cunho jornalístico e informativo e não deve ser considerado como oferta, recomendação ou orientação de compra ou venda de ativos.

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