A varejista de e-commerce Shein foi a responsável pela maior área locada em condomínios logísticos nos primeiros três meses de 2023. Segundo a SiiLA, hub de soluções para o mercado imobiliário comercial latino-americano, a asiática absorveu mais de 55 mil m² em ativo logístico de alto padrão na região de Guarulhos (SP), acumulando ao todo mais de 80 mil m² em área locada.
Nos últimos anos, o setor de e-commerce vem ganhando destaque na ocupação dos condomínios logísticos. E a pandemia foi um catalizador, dada a necessidade de compras online. 2021 teve, por exemplo, a menor taxa média (10,19%) de galpões vazios no país em sete anos, segundo a SiiLA.
Companhias como Mercado Livre (MELI34), Amazon (AMZO34), Magazine Luiza (MGLU3), Shopee demandaram grandes metragens em galpões logísticos para atender a demanda de forma ágil.
Agora, com a decisão do governo em aumentar fiscalização sobre encomendas internacionais, a Shein anunciou o investimento de R$ 750 milhões no país. A expectativa da varejista é que, até o final de 2026, cerca de 85% de suas vendas sejam locais, tanto de fabricantes como de vendedores.
Já a Shoppe anunciou nesta sexta-feira (12) o lançamento de dois novos centros de distribuição no Nordeste. Segundo a varejista, as mercadorias coletadas via parceiros logísticos são reorganizadas e direcionadas aos hubs de última milha com parceiros logísticos para serem entregues ao consumidor final. A asiática informou que conta agora com 8 unidades com capacidade para atender mais de 1,5 milhão de pacotes diariamente.
Dados do setor
Atualmente, 15,59% da ocupação em condomínios logísticos de alto padrão em São Paulo responde por empresas que atuam no segmento de e-commerce. Em relação ao Brasil, a modalidade representa 15,77% das locações.
Nos primeiros três meses de 2023, foram locados 443.367 m² no mercado de condomínio logístico, sendo a maior absorção bruta já registrada em um primeiro trimestre. Dentre os setores que mais absorveram área no período, transportes e logística lidera com 15,26% de todas as locações, seguido por e-commerce (12,81%).
A absorção líquida do período (número de locações deduzidas as devoluções) surpreendeu, segundo o levantamento, com 311.757 m², a maior já registrada para um primeiro trimestre desde o início do monitoramento, em 2015. O número já chega perto da absorção líquida total de todo o ano de 2019, que foi de 521.383 mil m².
Fôlego acabando?
Mas apesar dos bons resultados, há uma perda de euforia para a locação de galpões para logística ou e-commerce, uma vez que não vêm sendo registradas tantas locações como nos dois anos anteriores, e agora há empresas devolvendo áreas contratadas.
“Caso efetivamente se concretize a entregue de mais de 1,4 milhão de m², podemos ver uma inversão da tendência de queda na vacância.
Giancarlo Nicastro, CEO da SiiLA
Ainda segundo Nicastro, baseado nas estatísticas de anos anteriores, cerca de 60% a 70% do novo estoque previsto acaba sendo entregue de fato. E este volume (de novo estoque) deve ficar em torno de 1 milhão de m².
Por enquanto, o setor de condomínios logísticos de alto padrão (A+ e A) de São Paulo viu sua vacância atingir 11,64% no final do primeiro trimestre de 2023, o que representa queda de quase 15% de espaços vagos versus a área disponível quando comparado com o final de 2022, que atingiu os 13,77%.
Porém, o ritmo de novas entregas foi menor na comparação com o mesmo período de 2022. Foram entregues 89 mil m² em áreas novas ante 123 mil m² em igual período do ano passado. Das novas áreas entregues no último trimestre, 39% já chegaram pré-locados – o que favoreceu a taxa de ocupação.
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