*ARTIGO
E se, em 13 anos, duas pizzas que custavam cerca de US$ 41 passassem a valer cerca de US$ 273 milhões? Os números remetem a um dos eventos mais importantes na história do bitcoin (BTC) — que também é um dos mais aguardados pelos entusiastas da moeda — aconteceu na segunda-feira (22): o Bitcoin Pizza Day.
O dia 22 de maio de 2010 marca um feito singular para a criptomoeda mais famosa do mundo. Naquela ocasião, o bitcoin foi utilizado pela primeira vez para realizar uma transação de compra. Na ocasião, um entusiasta comprou duas pizzas com a criptomoeda — ou melhor, as duas pizzas mais caras da história.
Desde então, nessa data, os entusiastas do mundo inteiro comem pizza, preferencialmente pagando em bitcoin, para reproduzir a história de Laszlo e celebrar o uso do BTC como uma moeda.
Em outras palavras, o Bitcoin Pizza Day não apenas ressalta o valor financeiro atual do bitcoin, mas também simboliza o caminho percorrido pela criptomoeda e seu potencial disruptivo.
Primórdios do Bitcoin Pizza Day
Era 18 de maio de 2010 quando Laszlo Hanyecz, um programador da Flórida, nos EUA publicou do fórum Bitcointalk dizendo estar disposto a pagar 10.000 BTC por duas pizzas.
“Pagarei 10.000 bitcoins por algumas pizzas .. como talvez 2 grandes, então tenho algumas sobras para o dia seguinte.
Eu gosto de ter pizza para beliscar mais tarde. Você mesmo pode fazer a pizza e trazê-la para minha casa ou encomendá-la para mim em um local de entrega, mas o que pretendo é que a pizza seja entregue em troca de bitcoins onde eu não tenha que pedir ou preparar eu mesmo, como pedir um ‘prato de café da manhã’ em um hotel ou algo assim, eles apenas trazem algo para você comer e você fica feliz!
Eu gosto de coisas como cebola, pimentão, linguiça, cogumelos, tomate, calabresa, etc. Também gosto de pizzas de queijo comuns, que podem ser mais baratas de preparar ou adquirir.
Se tiver interesse me avise e podemos fechar negócio.”
A publicação de Hanyecz recebeu diversas propostas, mas nenhuma delas resultou numa compra de fato. Naquela época, o bitcoin ainda estava em sua fase inicial e poucas pessoas sabiam como fazer uma transação com a moeda.
Até que, dias depois de ser lançado seu desafio, outro membro do fórum que residia na Califórnia, chamado Jeremy Sturdivant, aceitou o acordo.
E assim foi feito: Hanyecz enviou 10 mil BTC para Sturdivant no dia 22 de maio, que comprou duas pizzas por US$ 25 na rede americana Papa John’s e mandou entregá-las no endereço.
Como uma rede transparente e descentralizada, a transação registrada para sempre no blockchain do bitcoin e pode ser consultada por qualquer pessoa.
A aquisição de Hanyecz foi uma prova de conceito, mostrando que o Bitcoin poderia ser uma moeda real e um meio de troca efetivo, e não apenas uma paixão geek em uma época em que poucas pessoas o conheciam.
Quanto as pizzas valeriam hoje?
Em maio de 2010, os 10.000 BTC recebidos pelo Sturdivant eram equivalentes a cerca de US$ 41, valor aproximado de 0,0041 USD por moeda. Porém, como o preço do bitcoin subiu exponencialmente ao longo dos seus 14 anos de história, transformaram o valor das duas pizzas na pechincha de R$ 1,3 bilhão de reais, algo em torno de incríveis US$ 273 milhões na cotação atual.
Apesar de seu pioneirismo e visão, Sturdivant não ficou com todos os 10.000 BTC que o teriam colocado na lista de bilionários da Forbes no auge da sua valorização histórica, quando alcançou quase US$ 70 mil.
Ainda quando a cotação do bitcoin era irrisória em relação ao que é hoje, Sturdivant gastou quase todas suas moedas, pois conforme ele mesmo admitiu, não tinha ideia de quão grande o bitcoin se tornaria.
Isso porque o BTC se torna mais escasso dia após dia, pois ao mesmo tempo em que a produção de novas moedas diminui automaticamente devido às suas regras de funcionamento, a adoção só aumenta. Essa escassez deixa nítido que a tendência do bitcoin é se valorizar cada vez mais.
Mayara é co-autora do livro “Trends – Mkt na Era Digital”, publicado pela editora Gente. Multidisciplinar, apaixonada por tecnologia, inovação, negócios e comportamento humano. |
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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