O mercado espera que o Federal Reserve (Fed) mantenha sua taxa na próxima semana, mas sinalize potencial nova alta em julho. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos EUA e decisões de bancos centrais na Europa e China também estão no radar.
No Brasil, juros afinam apostas para o Comitê de Política Monetária (Copom), enquanto o boletim Focus deve refletir o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e atividade pode mostrar fôlego menor. Bolsa e câmbio monitoram dividendo da Petrobras.
Veja os destaques:
Fomc, BCE e China
A maioria dos economistas espera que o Fed interrompa os aumentos de juros pela primeira vez em 15 meses e deixe a política monetária em modo de espera até dezembro, mesmo diante de uma economia resiliente e inflação persistente.
O Fomc manterá as taxas estáveis em sua reunião de 13 a 14 de junho na faixa de 5% a 5,25%, de acordo com economistas consultados pela Bloomberg. O Fed deve manter a taxa, mas sinalizar que será mais um pulo para uma possível nova alta em julho do que uma pausa estendida, diz a Bloomberg Economics. Um dia antes do Fed, mercados ainda reagem ao CPI, que tem estimativas de desaceleração.
Na quinta-feira, BCE se reúne e deve elevar taxa em 0,25 ponto percentual. O BC japonês no dia 16 deve manter suas taxas.
As commodities podem reagir à agenda na China, que inclui decisão sobre juros e dados da indústria e varejo.
Apostas no Copom
O mercado deve afinar suas apostas para a decisão do Banco Central na próxima semana diante da aproximação do Copom de 20 e 21 de junho. A aposta majoritária é de manutenção da Selic em 13,75% e investidores vão buscar no comunicado eventuais mudanças que apontem para o início de um ciclo de alívio.
Os sinais de desaceleração da inflação, reforçados pelo último IPCA, o avanço do arcabouço fiscal e a queda do dólar para abaixo de R$ 5,00 levaram o mercado a elevar a precificação de corte da Selic em agosto. Funcionários do BC aprovaram paralisações parciais ao longo da próxima semana.
Expectativa de inflação
O mercado checa na pesquisa Focus que sai na segunda-feira se o IPCA benigno de maio e a apreciação do real ajudaram a baixar as expectativas inflacionárias. Apesar da desaceleração do índice cheio da inflação, a melhora das expectativas e a queda dos núcleos são vistas como fundamentais para o Banco Central cortar a taxa de juros.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse em 5 de junho que as expectativas de longo prazo ainda estão altas, mas devem começar a recuar assim que o cenário de inflação e crescimento ficarem mais claros no Brasil.
Dados de atividade
A próxima semana tem agenda forte em dados que indicarão o ritmo da atividade de abril, após o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre que surpreendeu as expectativas, mas foi sustentado em grande parte pelo agronegócio.
“Os dados de atividade provavelmente mostrarão que a economia não manteve o forte ritmo de crescimento do primeiro trimestre em abril”, diz Adriana Dupita, da Bloomberg Economics.
O IBC-Br será divulgado no dia 16, um dia após o indicador de serviços e dois depois do dado de varejo. Em Brasília, o presidente do Senado afirmou que arcabouço fiscal será apreciado na CAE a partir da semana de 12 de junho.
Itaú, Copel, Petrobras
O Itaú Unibanco (ITUB4) reúne analistas e investidores para o evento Itaú Day no dia 15 de junho em meio às notícias de que o banco negocia a venda de sua unidade argentina para um banco local, o Banco Macro.
A Copel (CPLE6) reúne os debenturistas em 12 de junho para aprovarem a possível privatização da companhia.
A Oi (OIBR3) agendou a divulgação dos resultados do 1º trimestre para o dia 14.
O investidor na bolsa e câmbio ainda monitora possível efeito sobre o fluxo gerado pela Petrobras (PETR4), que deve pagar em 16 de junho a segunda parcela dos dividendos que foram aprovados em abril deste ano no valor de R$ 35,8 bilhões.
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