O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) – considerado a “prévia do Produto Interno Bruto (PIB) – apresentou uma queda de 2,0% no mês de maio na comparação com o mês anterior, na série livre da dados sazonais, informou o Banco Central nesta segunda-feira (17).
A expectativa em pesquisa da Reuters era de estabilidade no mês.
Em abril, o indicador havia apresentado alta de 0,56%, mas o dado foi revisado para 0,81%. Após a divulgação dos dados, especialistas previam sinais de desaceleração da atividade nos meses seguintes.
O resultado de maio foi diretamente impactado pela queda no varejo, quando apresentou queda de 1%. Na outra ponta, indústria avançou 0,3% e serviços, 0,9% no período.
O BTG Pactual destacou que, após resultados fracos em abril, as vendas no varejo registraram nova leitura fraca em maio, principalmente em segmentos mais dependentes de
condições financeiras, como roupas, móveis e eletrodomésticos.
Apesar do mercado de trabalho ainda aquecido e do pagamento antecipado do 13º
salários em maio e junho, alto endividamento das famílias e condições de crédito mais apertadas afetaram os segmentos mais cíclicos do economia, de acordo com os analistas do BTG.
“Para os próximos meses, esperamos uma melhora temporária em junho, mas uma desaceleração mais intensa no terceiro trimestre. O resultado setor de serviços acima do esperado e de varejo abaixo do esperado no segundo trimestre reforçam nossa visão de atividade desigual ao longo do ano”, destacou o banco em relatório.
Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 2,15%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um avanço de 3,43%, de acordo com números observados.
Queda esperada para o 2º tri
Diante dos números de maio, o economista André Perfeito prevê que o segundo trimestre de 2023 será de queda para o PIB brasileiro, o que, em sua visão, deve colocar mais pressão para que o BC corte os juros com mais força em sua próxima reunião, no começo de agosto.
Segundo Perfeito, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, “tem como estilo fazer movimentos mais fortes que o mercado espera, logo o número de hoje reforça a perspectiva de 50 pontos base de corte”, escreveu em nota à imprensa.
Perspectivas para o PIB em 2023 e 2024
Nesta manhã, o boletim Focus do Banco Central mostrou que o mercado melhorou suas expectativas para o crescimento da economia brasileira em 2023 e 2024, ao mesmo tempo que deixou inalteradas as previsões para a inflação.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) este ano melhorou em 0,05 ponto percentual, indo a 2,24%. Para 2024 a alta na estimativa foi de 0,02 ponto, a 1,30%.
Metodologia do IBC-Br
A metodologia do IBC-Br é diferente do PIB divulgado trimestralmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o indicador do BC fornece uma visão mais frequente da evolução da economia, o PIB trimestral mostra um quadro mais abrangente da atividade econômica.
*Com agências/ Em atualização
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