*ARTIGO
O Telegram, um dos maiores aplicativos de mensagens do mundo, anunciou na última quarta-feira (13) uma integração com o blockchain TON, marcando uma virada importante para a adoção de criptomoedas entre seus 800 milhões de usuários.
Com isso, quase três anos após de ter revelado planos para construir um ecossistema de Web3 vinculado à sua plataforma, o Telegram finalmente apresentou a vinculação com uma carteira de criptomoedas (wallet).
O aplicativo, chamado “Wallet”, não precisa ser baixado, é gratuito e já está disponível dentro do Telegram. Ao eliminar as barreiras tradicionais de entrada, essa vinculação pode abrir portas para uma adoção mais ampla das criptomoedas.
Antes deste anúncio, a Toncoin (TON), a criptomoeda associada ao projeto Ton, estava disponível apenas para 3 milhões de usuários no app Wallet. Agora, qualquer pessoa com um smartphone e acesso à internet pode facilmente entrar no mundo cripto, sem a necessidade de conhecimentos técnicos avançados.
O lançamento global da carteira Toncoin está previsto para novembro. Por outro lado, usuários dos Estados Unidos e de alguns outros países não terão acesso à carteira devido a questões regulatórias.
A novidade, divulgada durante a conferência Token2049 que está sendo realizada em Singapura, tem o objetivo de solidificar a presença da empresa na comunidade cripto que emergiu de sua plataforma.
Dado o peso do Telegram, essa integração é considerada uma das maiores parcerias entre a Web2 e a Web3 da história. Afinal, ela é uma afirmação da crescente importância das criptomoedas no dia a dia.
O crescimento da Toncoin
A criptomoeda TON experimentou um aumento impressionante em seu valor após o anúncio da integração. Seu preço saltou 9,4%, atingindo US$ 1,92 por token, se somando aos mais de 30% dos últimos 30 dias anteriores.
Essa valorização não é apenas um resultado da empolgação do mercado, mas também reflete a crescente confiança dos investidores na criptomoeda como um ativo promissor.
Toncoin e sua relação com o Telegram
A história da TON está intrinsecamente ligada ao Telegram e o recente anúncio de integração representa uma reconciliação entre as duas partes.
O projeto Ton Network iniciou em 2018 como uma iniciativa interna do Telegram para criar seu próprio blockchain, onde a plataforma planejava integrar a carteira da criptomoeda ainda em 2019. No entanto, essa parceria inicial foi tumultuada e acabou em 2020.
A ruptura de laços não foi por acaso: a Toncoin se tornou alvo de reguladores nos Estados Unidos após seu lançamento. A Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) alegou que a criptomoeda era um valor mobiliário não registrado, o que levou o Telegram a encerrar sua parceria oficial com o projeto.
Apesar disso, o projeto não desapareceu e nem foi abandonado. Entusiastas assumiram o controle e continuaram a desenvolvê-la de forma independente. Isso resultou em um blockchain descentralizado — embora ainda com laços indiretos com o Telegram.
De olho no futuro
Ao passo que a integração do Telegram com a Toncoin se concretiza, o futuro das criptomoedas parece cada vez mais promissor. Os desafios regulatórios ainda estão presentes, mas iniciativas como essa estão abrindo caminho para uma economia digital mais inclusiva e autossuficiente.
A facilidade de uso oferecida por essa integração remove as barreiras tradicionais de entrada, podendo contribuir fortemente na maneira como as pessoas gastam, enxergam e interagem com as criptomoedas.
É importante notar que a Toncoin não está sozinha nessa ascensão. O mercado cripto como um todo está passando por mudanças significativas à medida que mais investidores e instituições financeiras reconhecem seu potencial.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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