* ARTIGO
As autoridades de Israel anunciaram uma operação bem-sucedida nesta terça-feira (10) que resultou no congelamento das contas de criptomoedas ligadas ao grupo terrorista Hamas criadas na corretora Binance.
A polícia israelense informou que o Hamas foi identificado como o responsável pela criação dessas contas, que têm estado ativas em várias redes sociais desde sábado (7) — início da guerra — com o propósito de arrecadar fundos.
De acordo com a mídia local Calcalist, a unidade cibernética do Lahav 433, em colaboração com outras agências de inteligência do país como a Sede Nacional de Guerra Econômica contra o Terrorismo (MTL) do Ministério da Defesa e o Shin Bet, foi responsável por essa operação.
“Documentos indicam que a Binance tinha conhecimento de transações do Hamas em sua plataforma”
Calcalist
Em paralelo ao confisco na Binance, a unidade cibernética israelense também congelou uma conta do Hamas no banco Barclays. No entanto, até o momento, as autoridades não revelaram quanto foi apreendido, quantas contas foram congeladas e como essas contas, juntamente com sua aparente ligação com o Hamas, foram identificadas.
As autoridades policiais de Israel e as Forças de Defesa de Israel reforçaram que continuarão visando manter a proteção de ativos financeiros estratégicos e a enfrentar as fontes de financiamento de organizações terroristas.
O Hamas, cuja sigla em árabe significa “Movimento de Resistência Islâmica”, é a maior organização islâmica ativa na Palestina, com uma inclinação sunita.
A organização é mais conhecida pelo seu braço armado, que luta pela soberania da Faixa de Gaza. No entanto, além de seu aspecto político, o Hamas também diz ter um braço que presta serviços sociais às comunidades palestinas, que predominantemente habitam áreas empobrecidas e com infraestrutura precária.
O envolvimento da Binance não é de hoje
A nova operação contou com a colaboração da Binance, que auxiliou a redirecionar os fundos para as autoridades. Contudo, essa iniciativa não aconteceu sem controvérsias.
Desde 2021, as autoridades israelenses conduziram diversas operações visando contas na Binance suspeitas de estarem associadas a organizações terroristas. Um total de 190 contas foram congeladas durante essas operações.
Além disso, em março deste ano, a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA (CFTC) moveu uma ação judicial contra a Binance, seu CEO, Changpeng Zhao, e Samuel Lim, ex-diretor de conformidade da corretora.
As alegações da CFTC incluíam violações de várias seções da lei de negociação de valores mobiliários, especialmente normas voltadas para prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.
Cripto e o terrorismo
Este episódio sublinha os desafios enfrentados pelas exchanges em lidar com transações potencialmente ilícitas. Além disso, enfatiza a problemática do uso indevido de criptomoedas por grupos extremistas.
Apesar de mais uma polêmica envolvendo a Binance, é preciso lembrar que o setor financeiro tradicional também passa por escândalos, como os colapsos dos bancos como SVB, First Republic e Credit Suisse.
A colaboração entre as autoridades israelenses e a Binance, apesar das controvérsias, ilustra os esforços conjuntos para manter a integridade do sistema financeiro e proteger a segurança global.
*As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews.
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