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Finanças

Carteira do Satoshi Nakamoto recebe US$ 1,25 milhão em BTC: criador voltou?

Sem deixar muitos rastros, o gênio misterioso ‘desapareceu’ em dezembro de 2010 e nunca mais se manifestou.

* ARTIGO

Uma transação misteriosa chamou a atenção do mundo das criptomoedas na última sexta-feira (5). Um usuário anônimo enviou 26,9 bitcoins, o equivalente a cerca de US$ 1,25 milhão, para a carteira Genesis, a primeira carteira criada na rede do bitcoin (BTC). Seria uma transação despercebida se não fosse por um motivo: essa carteira pertence a Satoshi Nakamoto, o pseudônimo do criador da moeda.

A transação mais recente foi feita a partir de uma carteira que estava vazia e que, segundo análise feita pela plataforma Arkham Intelligence, está associada à Binance, uma das maiores corretoras de criptomoedas do mundo. 

Essa foi a primeira vez que alguém enviou bitcoins para a carteira Genesis desde 2011, quando um usuário desconhecido enviou 0,01 BTC. Embora seja comparativamente irrisória ao valor enviado, a taxa de transação paga no ato foi de US$ 100, muito acima da média de US$ 3,28 para transações de alta prioridade na rede.

A fortuna de Nakamoto

Satoshi Nakamoto é o misterioso nome usado pelo autor do artigo que apresentou o bitcoin ao mundo em 2008, como um sistema de dinheiro eletrônico descentralizado. 

Nakamoto, que ninguém sabe se é um homem, uma mulher ou até mesmo alguma instituição, também foi o responsável por minerar o primeiro bloco da rede, chamado de bloco gênese, em 3 de janeiro de 2009, quando recebeu uma recompensa de 50 bitcoins pela mineração da criptomoeda. Ele continuou a contribuir com o desenvolvimento do projeto até dezembro de 2010, quando desapareceu sem deixar muitos rastros. 

Ao longo dos anos, mais fundos foram adicionados à carteira, elevando seu saldo para 72 bitcoins no final de 2023. Com a transação mais recente, o saldo chegou a 99,67 BTC. Um fato curioso é que o gênio misterioso nunca moveu ou gastou as moedas da carteira Genesis, deixando-as intocadas há mais de uma década. 

Somando o saldo de todas as carteiras de Nakamoto, estima-se que ele tenha cerca de 1,1 milhão de BTC, o que representa assustadores US$ 51,4 bilhões atualmente. Caso a previsão do Seth Ginns, da CoinFund, que sugere que o bitcoin pode atingir entre US$ 250 mil e US$ 500 mil ainda em 2024, isso tornaria Nakamoto, de longe, a pessoa mais rica do mundo. Para se ter uma ideia, segundo a Forbes, em janeiro de 2024 este título é de Elon Musk, da Tesla (TSLA34), com uma fortuna avaliada em US$ 251 bilhões.

Isso levanta várias especulações sobre os motivos de Nakamoto para manter seu anonimato e seu silêncio, bem como sobre a possibilidade de ele ainda ter acesso aos seus fundos ou ter perdido as chaves privadas que permitem controlá-los.

O que essa transação significa?

Não há uma resposta definitiva para o significado dessa transação, mas há algumas hipóteses que podem ser consideradas. 

Uma delas é que se trata de uma homenagem ou uma provocação ao criador do bitcoin, que pode ou não estar ciente do ocorrido. Outra é sobre uma tentativa de chamar a atenção para o ativo e sua história, gerando publicidade e curiosidade sobre a moeda. Uma terceira é que se refere a uma forma que algum milionário – muito amante do mercado, diga-se de passagem — encontrou de “queimar” bitcoins, ou seja, torná-los inacessíveis, reduzindo a oferta da moeda e, potencialmente, aumentando seu valor.

Uma hipótese mais improvável, mas não impossível, é que a transação tenha sido feita pelo próprio Satoshi Nakamoto, como uma forma de sinalizar que ele está de volta e que pretende movimentar seus bitcoins. 

Essa última teoria, no entanto, enfrenta vários desafios, como a dificuldade de provar a autenticidade do bilionário anônimo, a falta de uma mensagem ou de uma justificativa para a transação, e o risco de causar uma instabilidade no mercado caso Nakamoto decida vender suas moedas.

Apesar dos palpites…

Ainda que tenha ganhado holofotes, a transação para a carteira Genesis não altera o funcionamento do bitcoin ou da rede, que continuam operando normalmente desde o seu início, há 15 anos. A criptomoeda também mantém uma valorização astronômica nesse período: tendo atingido um recorde de mais de US$ 69 mil em 2021, está sendo negociada na casa dos US$ 46.800 na cotação atual.

(Cotação do bitcoin atinge valores próximos a US$ 47 mil (Imagem: 09/01, reprodução/cotação site InvestNews)

Isso sem contar que a transação pode ter um impacto psicológico e emocional para os entusiastas e investidores da tecnologia, que podem ver nela uma forma de reconhecimento, de desafio ou de alerta sobre o futuro da moeda. 

Em última instância, a transação pode, ainda, despertar o interesse de novos usuários e de curiosos sobre o potencial do bitcoin, bem como sobre a identidade e os planos de Satoshi Nakamoto, o criador da moeda que continua sendo um dos maiores mistérios do mundo digital.

As informações, análises e opiniões contidas neste artigo são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele tem ligação.

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