O Banco Central acaba de anunciar que subiu a taxa Selic em um ponto percentual para 14,25%. E já deixou sinalização de que pode haver mais uma alta na próxima reunião, em dose mais branda.
A decisão foi unânime. Essa é a quinta alta consecutiva do juro básico, e a segunda elevação decidida pelo comitê na gestão de Gabriel Galípolo como presidente do BC. A última vez que o juro básico da economia esteve nesse nível foi em agosto de 2016.
A decisão desta quarta-feira (19) veio totalmente em linha com as expectativas. E foi uma resposta, principalmente, à piora das expectativas dos agentes de mercado sobre o comportamento da inflação. A projeção do mercado, captada pela pesquisa Focus, é de uma alta de 5,66% do IPCA neste ano, bem acima da meta, de 3%. Para 2026, a projeção está em 4,48%.
Se o Copom, de fato, optar por uma nova elevação do juro, a taxa pode voltar ao maior nível desde julho de 2006. Naquele momento, a Selic estava em 14,75%.
Essa nova elevação vai acontecer, segundo o comunicado divulgado hoje pelo comitê, se o cenário adverso atual permanecer até maio, quando acontece a próxima reunião de política monetária. Esse cenário inclui a divergência da inflação em relação à meta, a elevada incerteza e as defasagens inerentes ao ciclo de aperto monetário em curso.