O dólar fechou na menor cotação de 2025 nesta segunda-feira. E, pela primeira vez desde outubro de 2024, ficou abaixo do piso de R$ 5,50. A moeda americana registrou uma queda de 0,98% ante o real e terminou o dia cotada a R$ 5,4871.
O real acompanhou o movimento das moedas no exterior, com um enfraquecimento generalizado da moeda americana. O mercado reagiu, basicamente, a uma sinalização do Irã para um cessar-fogo com Israel. O conflito começou na sexta-feira passada com ataques aéreos de Israel a capital do país islâmico e se intensificou ao longo dos últimos dias.
Em 2025, o dólar acumula uma queda de 11,20% frente ao real.
A perspectiva de uma eventual trégua no conflito do Oriente Médio ajudou a levar os preços do petróleo para baixo. Essa percepção também estimulou investidores a voltar para mercados mais arriscados, tirando força do dólar, que é visto como porto seguro em momentos de tensão global.
A melhora de humor já começou no início da sessão de segunda-feira. A divulgação de dados positivos das vendas do varejo e da produção industrial da China aliviaram as preocupações com a guerra tarfiária entre EUA e o país asiático.
As vendas do varejo chinês cresceram 6,4% em maio ante abril, acima da expectativa de 5,0. Já a produção industrial chinesa avançou 5,8% na mesma base de comparação, quase em linha com os 5,9% esperados. Os números da China ajudaram a fortalecer as moedas de países exportadores de commodities, como o Brasil.
“O recuo da moeda americana frente a pares globais, impulsionado por dados mais fracos da indústria nos EUA e indicadores positivos da China, somado à queda do petróleo com sinais positivos vindo no Oriente Médio, criou um ambiente propício ao aumento do apetite por risco”, resumiu Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.
O dia também foi marcado pelas expectativas em relação à “super-quarta”, quando o Federal Reserve, o banco central dos EUA, e o BC do Brasil decidirão sobre suas taxas de juros.
As apostas de agentes do mercado apontam para uma elevação adicional de 25 pontos-base da Selic. Enquanto que a ferramenta FedWatch, do CME, mostrava que 99,8% dos investidores apostam em manutenção da taxa pelo Fed.
Um aumento do chamado diferencial de juros, ou seja, da distância entre as taxas daqui e dos EUA, favorece o recuo do dólar ante o real. Atualmente a Selic está em 14,75% ao ano e pode subir para 15% na visão do mercado. Juros maiores mantêm o Brasil atrativo ao capital externo, o que pdoe significar aumento do fluxo de dólares para o país.