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Finanças

Morning Call: com Fed dovish, semana pode ter menos volatilidade

Os principais fatos que podem impactar os mercados hoje e uma breve análise do índice Bovespa.

Cenário global e bolsa de valores

A semana passada foi marcada pela fala do Jerome Powel, presidente do Fed, que durante o Simpósio de Jackson Hole agradou os mercados ao informar que o Banco Central norte americano acredita que os EUA continuam a progredir em direção à condições favoráveis para o início do tapering, prática de recompra de títulos encarteirados nos bancos para fornecer liquidez ao mercado, e reforçou que a alta da inflação é passageira. A fala agradou os investidores que voltaram a impulsionar os mercados emergentes, uma vez que sem previsão do início do movimento que irá diminuir as recompras de títulos e subida da taxa de juros, os investidores aceitam riscos maiores em troca de retornos maiores em outros mercados.

Nessa semana, o mercado fica de olho na divulgação de índices de inflação da Alemanha, segunda feira (30/08) e zona do Euro na quinta (02/07) e dados da economia dos EUA como o relatório ADP e Pedidos Iniciais por Seguro Desemprego na quinta (02/07), e a taxa de desemprego e Payroll na sexta feira (03/07).

No primeiro dia da semana, os mercados asiáticos operam levemente positivos, ainda reagindo à fala do Fed de sexta feira com Nikkei: +0,54%, Shangai: +0,17%, Hang Seng: +0,52% e KOSPI: +0,33%. As bolsas europeias seguem majoritariamente no mesmo tom com DAT: +0,15%, FTSE: +0,32%, CAC: +0,17%,  IBEX: -0,26% e Euro Stoxx +0,16%.

Cenário no Brasil

Após uma semana com um certo descanso em relação a notícias políticas, a bolsa, os juros futuros e o câmbio tiveram dias de alívio mas a divulgação do IGP-M de agosto na segunda feira (30/08) e o PIB brasileiro do segundo trimestre na quarta feira (01/07) poderão mexer com os mercados caso os resultados venham divergentes com as expectativas do mercado. Enquanto isso, ainda há o esforço em solucionar o pagamento dos precatórios sem desrespeitar o teto de gastos com a proposta de manter o pagamento de R$ 39,9 bilhões dos R$ 89 bilhões de precatórios em 2022 e remanejar o pagamento do restante. Outro problema sem solução é a proposta de reforma tributária, que entre apoiadores e críticos, ainda não tem data para votação.

E saindo da esfera política/fiscal, outro risco a ser acompanhado de perto é a crise hídrica que pode trazer medidas de restrições de uso da energia, impactando diretamente tanto a população como a retomada econômica, que em último caso, mantém encarecidas as tarifas de energia pressionando o IPCA.

Ibovespa

O índice teve uma semana positiva iniciando a semana passada aos 118.052,54 pontos e encerrando a sexta feira aos 120.677,60 pontos. Apesar do resultado positivo, ainda é cedo para cravar uma recuperação no curto prazo. No gráfico semanal, o índice se encontra abaixo da média aritmética de 21 períodos que reforça essa tendência atual. A primeira resposta positiva pode aparecer no gráfico diário caso o índice consiga fechar acima dos 120.800 pontos.

Fonte: TradingView

Juros Futuros

A semana passada trouxe queda nas taxas longas da curva e um aumento nas taxas de curto prazo refletindo uma crença de controle de riscos no longo prazo em decorrência de um aumento mais tempestivo da Selic na parte curta da curva, muito influenciada pela pressão na crise hídrica, que pode encarecer a energia e gerar resultados inflacionários medidos no IPCA. Especificamente na sexta feira, após a fala do Fed, os mercados enxergaram um menor risco de uma tomada de políticas monetárias mais restritivas pelo Banco Central dos EUA, o que aliviou a nossa curva de juros tanto nos vencimentos curtos como longos.

Câmbio

O dólar conseguiu fechar a semana em queda após 5 semanas consecutivas de alta. Após atingir os R$ 5,48 na penúltima semana, a moeda norte americana teve uma queda aos R$ 5,20 refletindo um ambiente nacional relativamente mais calmo enquanto os sinais dos Fed são de que não há previsão certa para elevação na taxa de juros dos EUA. Na semana, o dólar deve apresentar volatilidade pela apresentação dos dados do Payroll na sexta feira.

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