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Dólar e bolsa um dia após notícia de Lula: houve efeito manada?

Analistas comentam a reação do mercado nos últimos dois dias. Acompanhe a transmissão ao vivo às 19h.

O dólar continua subindo após notícia sobre a suspensão das condenações do ex-presidente Lula, e a bolsa subiu pouco depois do tombo anterior. O que está acontecendo com o mercado? Houve “efeito manada” após a notícia ? O que dizem os analistas? Esse é o tema do Boletim InvestNews desta terça-feira (9), com Karina Trevizan.

O programa traz ainda um resumo das notícias de economia que mexeram com o mercado, como a investigação sobre Oi (OIBR3 e OIBR4), Vivo (VIVT3) e Claro no Cade, temores sobre desidratação da PEC Emergencial, julgamento sobre suspeição de Moro no caso do Triplex de Lula, cotação do dólar, fechamento do Ibovespa, maiores altas e maiores quedas da bolsa.

Efeito manada?

Filipe Ferreira, diretor financeiro da ComDinheiro, aponta que o movimento do mercado após a notícia sobre os direitos políticos de Lula pode ser caracterizado como efeito manada. “Os investidores buscam enxugar a carteira de risco deles na média, e todo mundo faz isso ao mesmo tempo. Esse é o efeito manada. De modo que, às vezes, na tentativa de sair, o investidor sai a qualquer preço, e gera uma pressão. Então, o investidor, tentando sair a qualquer custo, acaba vendendo mais barato, o que faz com que outros investidores que tinham um mínimo no preço da ação também acabem saindo de maneira quase automática, e vai todo mundo para o mesmo lado, intensificando um efeito, passando inclusive muitas vezes da medida que seria razoável.”

Alison Correia, analista da Top Gain, também fala em “efeito manada”, e diz que esse “pode ser somente o início de um grande movimento negativo.” Mas ele ressalva que o mercado já vinha de um movimento negativo antes do fato novo. “O mercado já estava muito descrente com a política econômica do Bolsonaro por conta de que tudo aquilo que ele prometeu em campanha não consegue colocar na prática, desde as reformas estruturais, a possibilidade de uma ruptura do teto de gastos, auxílios emergenciais sendo que nós já temos mais de 90% do nosso PIB comprometido em dívida”, exemplifica.

Já entre os que não acreditam que o “efeito Lula” sobre o mercado seja “manada” está Rafael Bevilacqua, estrategista chefe da Levante Ideias de Investimentos. “Acho que não é um efeito manada. O mercado em si tem se deteriorado. Do lado externo, com o aumento dos Treasuries. No mercado local, com as políticas do Planalto que não estão sendo mais tão liberais”, afirma ele, acrescentando em seguida os efeitos da notícia sobre a elegibilidade de Lula. “Agora, temos uma disputa eleitoral entre Lula e Bolsonaro. E o medo do mercado é a utilização da máquina pública para se fazer campanha e piorar o lado fiscal, que já não está nada bom.”

Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, também diz que “não houve efeito manada”, e sim “efeito incerteza”. “Ninguém saiu do país por causa disso especificamente. Ou seja, ninguém saiu correndo do mercado por causa do Lula. Tudo gera um cenário de incertezas de como Bolsonaro vai agir, da polarização que é problemática, da insegurança jurídica”, resume Vieira.

O que o investidor deve fazer?

O analista José Falcão, da Easynvest, diz que a queda do mercado “foi justificada pela seriedade e complexidade da situação”. Mas ele alerta que “casos complexos envolvem movimentos de mercado que nem sempre são proporcionais e por isso, é preciso tomar cuidado.”

Falcão avalia o que o investidor deve ter em mente em momentos como o de agora. Veja abaixo:

“Se você está bem alocado, diversificado e com uma exposição de bolsa que condiz com o seu perfil de investidor, não justifica sair vendendo desesperadamente, pois se você acredita no fundamento da empresa que investe, não é em um dia que isso vai mudar. O que você precisa fazer é ter proteções na carteira, o que a diversificação proporciona, e, se estiver excessivamente exposto à bolsa, aí sim ajustar a posição para níveis adequados ao seu objetivo.”

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