O dólar alcançou na segunda-feira, 4, seu menor patamar desde o início da pandemia de covid-19. A moeda americana encerrou o dia cotada a R$ 4,60. No acumulado do ano, a queda é de 17% sobre o real. O que vai na contramão das projeções de parte expressiva dos analistas. Em 21 de março, o Boletim Focus apontava para a moeda americana atingir R$ 5,30 até o final de 2022.
Sendo assim, analistas indicam que esse movimento de queda será de curto prazo. No entanto, com um cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia e seus impactos na economia global, inflação em alta, além de um cenário doméstico nebuloso devido as eleições presidenciais, o que justifica essa apreciação do real frente ao dólar?
O país das commodities
O Brasil é um dos maiores produtores de commodities do mundo. Em especial as agrícolas (trigo, milho e açúcar) e minerais (minério de ferro, petróleo e gás natural). E o preço destes itens vêm em uma escalada de alta por conta do próprio cenário de guerra. O que beneficia as exportações brasileiras. Isso traz mais dólares para o país e valoriza o real.
Somado a isso, o Brasil é um país que está com os juros elevados (11,75% ao ano). O que também acaba por atrair dinheiro de quem deseja investir com altos retornos dos juros. Em países desenvolvidos, essas taxas ainda são próximas de zero e com juros reais negativos. E com maior entrada de recursos de investidores estrangeiros, o real também se valoriza.
Onde investir?
Com a queda do dólar, os fundos multimercados com exposição a ações internacionais (também via BDRs) viram suas cotações despencarem. Com isso, abre-se uma janela de oportunidade para novos investimentos.
Os BDRs – recibos de ações estrangeiras – também acompanham essa queda já que sofrem a flutuação do câmbio.
Os fundos cambiais também são uma opção para comprar dólares na baixa e fazer um bom ‘preço médio’ caso o valor da moeda americana volte a ganhar tração como prevê o boletim Focus.
Os contratos futuros e mini contratos de dólar também são mais uma opção ao investidor brasileiro. Neste Cafeína, Samy Dana e Dony De Nuccio explicam o que são os contratos de dólar, outras maneiras de se expor à moeda americana e se esse é ou não o momento ideal para investir.