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Claudia Kodja

7 regras para planejar bem a aposentadoria

Para garantir a ‘nova aposentadoria’ é preciso seguir algumas estratégias; confira quais são.

Claudia Kodja

Os últimos 50 anos foram marcados por grandes mudanças sociais e econômicas, no entanto, a maneira como conceituamos e planejamos a aposentadoria continua igual.

Neste cenário, muitos continuam esperando do governo, do mercado financeiro e de algum êxito profissional, o amparo necessário para todo período da aposentadoria. Outros seguem definindo a aposentadoria, como o período em que se encerra qualquer atividade laboral ou esforço de acumulação financeira.

Essas ideias são inadequadas para a realidade atual, podendo gerar grande instabilidade financeira aos aposentados e suas famílias no curto prazo. Para que isso não aconteça, é importante se organizar.

Confira 7 regras que devem ser consideradas no planejamento das “novas aposentadorias”.

1. Planeje uma vida mais longa

A melhor notícia sobre a “nova aposentadoria” é que você provavelmente viverá mais do que seus pais.

No Brasil, a expectativa de vida ao nascer em 1960 era de 54,1 anos e, ao nascer em 2020, passou para 76,8 anos — ganhamos cerca de 42% a mais de vida, um acréscimo de 22,7 anos.

Embora seja ótimo viver por mais tempo, a expectativa de vida expandida significa que você precisará de mais dinheiro para se aposentar e suas economias precisarão durar mais.

Tamanho aumento da longevidade fará com que se tenha de planejar diferentes fases da aposentadoria, cada uma com prioridades distintas.

2. Otimize todos os recursos

A instabilidade econômica e a nova estrutura do mercado de trabalho farão com que a maioria não consiga acumular recursos financeiros suficientes para aposentadoria. 

Isso não significa que as pessoas não poderão mais se aposentar ou que não devam planejar a aposentadoria, mas que será preciso otimizar todos os sistemas e recursos associados a aposentadoria. 

O sustento da “nova aposentadoria” virá de um conjunto de decisões estratégicas, como:

  • Atrasar a solicitação da Previdência Social;
  • Continuar trabalhando após se aposentar;
  • Envolver os familiares na geração de recursos para aposentadoria;
  • Mudança da localização e da estrutura residencial; 
  • Promover revisões periódicas do custo de vida.

3. Garanta a renda para reduzir os riscos

A “nova aposentadoria” é uma estratégia de acumulação de recursos financeiros, principalmente voltada a prevenção do risco de desvalorização inflacionária, instabilidade do mercado financeiro e crises causadas por eventos inesperados.

Seja em épocas de inflação alta, “dentro da meta” ou baixa; a desvalorização monetária da sua renda, ao longo da aposentadoria, pode levar a uma queda significativa do padrão de vida.

Incluir produtos de investimento, que garantam uma renda e a reposição das perdas causadas pela inflação, pode evitar queda do consumo e reduzir o risco de empobrecimento. 

4. Utilize a casa própria durante a aposentadoria

Com a apreciação das propriedades imobiliárias nas últimas décadas, a casa própria representa a maior riqueza para muitas famílias. Este patrimônio pode — em alguns casos — compensar a falta de recursos para aposentadoria.

Venda, sublocação ou locação do imóvel próprio em troca de uma estratégia de renda para sua aposentadoria pode ser feita — claro, dentro de um planejamento que considere a possibilidade de mudança de moradia.

5. Faça estratégias familiares

Com o aumento da longevidade, várias gerações estão vivendo e interagindo mais umas com as outras. Os aposentados de hoje, muitas vezes, se veem responsáveis pelos cuidados com os pais e netos.

Isso é uma grande fonte de preocupação para as famílias atuais e um elemento que dificulta profundamente o processo de acumulação financeira e a formação de um patrimônio.

Neste sentido, começar a investir para aposentadoria cedo, já não é suficiente. Os novos tempos exigem investimentos previdenciários que atendam a geração seguinte, uma pirâmide previdenciária familiar, ainda que o nome pirâmide financeira deva ser usada com cuidado.

Considere a possibilidade de iniciar o plano de aposentadoria dos seus filhos prematuramente.

6. Lembre-se dos seguros

Embora a aquisição de seguros ainda não seja um hábito comum ao investidor brasileiro, a inclusão de alguns seguros no portfólio da aposentadoria pode ser um fundamental para segurança dos seus bens e de sua família.

Fora o seguro saúde, que se tornará maior custo do seu orçamento, ao longo da aposentadoria os seguros patrimoniais e de vida poderão garantir o ressarcimento contra acidentes e proteção financeira para você e sua família, em caso de invalidez e falecimento.

7. Aproveite o acesso à informação e a tecnologia

Nunca o acesso à informação e as tecnologias inteligentes estiveram tão disponíveis.

Antes de iniciar um plano de aposentadoria ou comprar qualquer ativo destinado à sua aposentadoria, leia e pesquise sobre o assunto, tire suas dúvidas, verifique as tendências e tome o tempo necessário para formar uma opinião própria.

Caso contrário, você ficará exposto às recomendações de profissionais contratados para atingir a lucratividade esperada pela instituição financeira onde trabalham, ou baseado nas pregações entoadas por influenciadores digitais, que são limitadas e desconectadas da sua realidade.

Além da informação, já estão disponíveis no Brasil algumas tecnologias de qualidade — como calculadoras de aposentadoria e consultores robôs que podem simular diversos cenários para sua aposentadoria, oferecendo sugestões sobre quanto e onde investir seus recursos financeiros. 

*Claudia Kodja, mentora da Liga dos Empreendedores da FGV, membro da Copenhagen Institute for Futures Studies e gestora executiva da Kodja Escola de Negócios.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 

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