Em
homenagem a sua vida, abordaremos hoje a estratégia de investimento e alocação
de capital do Yale Model ou Modelo de Yale. O Modelo de Yale é uma estratégia
de alocação de recursos utilizada pelo fundo de Endowment da Universidade de
Yale, o qual teve retornos históricos extraordinários ao longo dos anos.
Fundos de Endowment são fundos das faculdades norte-americanas que gerem recurso de doações de ex-alunos das universidades. Os dividendos e proventos das aplicações do fundo tem como função pagar despesas importantes da faculdade e financiar projetos.
Essa
categoria de fundo tem um horizonte de investimento de longuíssimo prazo.
Afinal, os recursos do fundo foram obtidos por meio de doações e não existe a
expectativa de serem resgatados por aqueles que doaram. Nesse sentido, Swensen
observou uma oportunidade de melhorar os retornos de longo prazo dos fundos de
Endowment.
Antes
dele ter desenvolvido o Modelo de Yale, os fundos das universidades americanas possuíam
um perfil muito mais conservador – sendo compostos por parte relevante de seu
capital em ativos de renda fixa.
Para
Swensen havia uma oportunidade de melhora para esta estratégia. Ativos de renda
variável apresentaram historicamente retornos superiores àqueles de renda fixa.
Para
ilustrar esse fato, no livro “Stocks for the long run” (ações para o
longo prazo), o autor Jeremy Siegel em seu estudo mostra que ações tiveram um
retorno médio anualizado de 6,6% nos Estados Unidos entre 1802 e 2012, enquanto
os títulos de renda fixa neste mesmo período retornaram cerca de 3,6% ao ano.
Assim,
Swensen observou que para um fundo voltado para o longo prazo, talvez não faça
tanto sentido alocar grande parte de seu capital em ativos de menor retorno
esperado no longo prazo.
No
entanto, havia um problema: ao mesmo tempo que ativos de renda variável possuem
retornos esperados superiores, eles também têm uma volatilidade mais elevada. Dessa
forma, em uma queda do mercado acionário, um fundo de Endowment poderia ver
grande parte de seu patrimônio desvalorizando e ter dificuldade de financiar
projetos e ajudar com os custos das universidades.
Restou a Swensen um desafio, portanto, de desenvolver um portfólio que ao mesmo tempo que aproveita dos retornos superiores dos ativos de renda variável se protege da volatilidade deles. Para isso, o investidor recorreu a um importante conceito nos investimentos: a diversificação.
David
criou um portfólio composto por investimentos em ações americanas, ações
globais, mercado imobiliário, venture capital,
fundos de retorno absoluto, investimentos em recursos naturais, leveraged buyouts e uma pequena parcela
em caixa e renda fixa.
Com
essa diversificação e uma boa capacidade de escolha de fundos e ativos, o
portfólio do fundo de Endowment de Yale entre 1985 e 2008, teve um retorno de
16,6% contra 12% do Dow Jones, sendo que o fundo de Yale apresentou uma menor
volatilidade.
O sucesso de seu portfólio inspirou outros fundos de universidades americanas e investidores individuais, os quais a partir dos ensinamentos de Swensen observaram o poder dos retornos da renda variável no longo prazo e a importância da diversificação.
*A Suno é uma casa de análise especializada em conteúdo sobre investimentos e educação financeira para o pequeno investidor pessoa física.
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