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Chegada do 5G ao Brasil vai impulsionar evolução do metaverso

Tecnologia começa a ser habilitada nas primeiras capitais e devemos em breve ter novos apps e serviços disponíveis.

O metaverso traz benefícios e vários desafios. Entre eles a conectividade, hardware e energia. Para ele se popularizar levará ainda alguns anos, pois este tripé não está disponível ainda para a maioria da população. Isso significa que enquanto a maioria não tiver um bom desktop, notebook ou celular, uma conexão com a internet descente e estável, além de acesso a energia elétrica, a evolução não acontecerá?

Sendo mais otimista do que pessimista, digo que o metaverso está nascendo e como toda nova tecnologia ela vai sendo adotada aos poucos, sendo testada, gerando frustações, melhorando novamente até que em um determinado momento se torna algo natural na vida das pessoas.

Se você lembrar, os primeiros aparelhos celulares não possuíam apps. Quando um celular da Nokia veio com um game branco e preto da cobrinha (Nokia Snake) causou euforia para alguns e desprezo para outros. Atualmente não vivemos sem os nossos celulares e sua infinidade de apps.

No metaverso, atravessaremos o mesmo caminho e teremos desafios semelhantes, como já definido por Geoffrey A. Moore no livro “Atravessando o Abismo”, que fala sobre, entre outras coisas, o ciclo de vida de adoção de tecnologia (teoria do abismo) e resume como as comunidades respondem à inovação descontínua, ou seja, novos produtos que exigem que o usuário final e o mercado mudem drasticamente seu comportamento passado para alcançar a promessa de novos benefícios. Isto leva tempo.

Evolução do metaverso com o 5G

Com a chegada do 5G, digamos que teremos um sopro mais forte ajudando na evolução do metaverso, na indústria 4.0 (Internet das Coisas ou IoT) e tornará vários setores mais produtivos. Enquanto numa conexão 4G temos em média no Brasil um download de 20 Mbps, na conexão 5G tem como meta alcançar de 1 a 10 Gbps.

Na semana passada na estreia do 5G em São Paulo alguns pontos chegaram a apenas 100 Mpbs e outros atingiram cerca de 700 Mbps. De qualquer forma é um início do que alta velocidade e baixa latência podem trazer de novidades para o mercado.

 Se pensarmos num show no metaverso, por exemplo, para alguns podem ser uma nova experiência incrível com os seus avatares se conectando com outros, comprando, caminhando e se divertindo. Para outros, pode ser apenas uma experiência um pouco melhorada do que assistir um streaming ao vivo pelo YouTube.

Velocidade maior e tempo de latência menor

Sabemos que o 5G, além de aumentar a velocidade da nossa conexão, reduzirá o tempo de latência (a diferença de tempo entre você pressionar uma tecla e o comando que está sendo executado na tela). Ou seja, as funções dos avatares de se mover, conversar e assistir passarão também a interagir de forma mais rápida em tempo real. Avatares responderão a alguma solicitação do artista no palco em tempo real, seja levantar a mão, pular ou fazer uma nova dança.

O 5G permitirá transações mais rápidas quando formos comprar NFTs num evento? Vitalik Buterin, co-founder da rede Ethereum, foi o primeiro a mencionar sobre o trilema do blockchain, dizendo que há 3 aspectos na Web3: descentralização, escalabilidade e segurança, mas você deve sacrificar um aspecto para você reter os outros dois. No caso do Ethereum, no momento atual, escolheu sacrificar a escalabilidade.

Atrasos e elevado consumo de energia durante as transações NFTs têm sido reportados ultimamente. Porém, o 5G poderá contribuir de uma maneira geral para que estes atrasos diminuam, que as interações entre avatares sejam melhores, que os ambientes 3Ds possam ser mais detalhados e que possamos ter eventos com centenas de avatates em uma mesma sala.

Exemplo do Fortnite

Somente para ilustrar, o Fortnite, um dos games mais jogados do planeta, só permite 100 avatares por sala. Se um dia caminharmos para uma largura de banda infinita (quantidade de dados sendo liberados ou processados ​​em uma unidade de tempo), teremos acesso mais rápido a nuvem, melhorando o tempo de carregamento e transmissão das informações, sem congestionar a rede, um enorme gargalo atual.

Imagem de instalação do app de games Fortnite ao lado do logotipo da Apple. 2/5/2021. REUTERS/Dado Ruvic


Para os que quiserem entrar neste segmento é preciso estudo, testes e paciência. Resultados fora da curva não acontecerão no curto prazo. O que vejo é a evolução e o surgimento de novas tecnologias, onde a experimentação passa a ser mais importante num primeiro momento do que atingir resultados concretos. Isso irá acontecer naturalmente.

O que importa agora é que o 5G começa a se tornar realidade, mesmo que para uma pequena parte da população, mas novas startups devem surgir com serviços que nem sonhávamos tempos atrás. Uma nova onde de disrupções começa a se formar pois melhores experiências começam a aparecer e a partir de agora cada vez mais será comum os usuários não só ouvirem falar do metaverso, mas começarem a entrar em algum deles.

Nos vemos do outro lado!

*Fernando Godoy é empreendedor serial há mais de 25 anos em tecnologia e inovação nos EUA e no Brasil, especialista em experiências imersivas e metaverso, pioneiro na utilização da realidade aumentada, virtual e mista. Fundador da Flex Interativa e Cervejaria Leuven, autor dos livros Metodologia Startup Village e Revolução Metaverso (breve lançamento), palestrante, professor, mentor e investidor de startups.

As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação. 


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