Pergunta de Wendel: Ângela, você vê sentido deixar um pequeno percentual (de 1 a 3%) da carteira para fazer swing trade? A ideia é vender sempre que atingir de 10 a 15% de lucro e não vender se tiver prejuízo. O lucro dessas operações será todo revertido para reserva de emergência.
Resposta de Ângela Tosatto:
Reserva de emergência é o primeiro passo de qualquer pessoa que deseja se organizar financeiramente. Conceitualmente, é uma reserva que cobriria no mínimo 3 meses de suas despesas fixas, mas recomendo sempre 6 meses, pois caso essa pessoa perca a renda tem mais tempo para se recolocar. Outro ponto importante: essa reserva deve estar em alguma aplicação de liquidez diária, pois como o próprio nome já sugere seria usada em caso de emergência.
Então, uma parte da pergunta do Wendel já não faz mais sentido, pois o mais comum é investir em ativos com risco maior somente depois dessa reserva já estabelecida.
O segundo ponto que eu destaco é: sem realizar prejuízos, o investidor está faltando com o gerenciamento de risco, e esse é o ponto crucial para se manter vivo no mercado financeiro, pois se ele está cogitando realizar lucros entre 10 e 15%, a relação entre risco e retorno deveria ser no mínimo a mesma (sair da posição com o mesmo percentual de perdas) para uma base de 1×1.
Exemplo: se ele não realizar prejuízo e o papel cair 20%, ele deve fazer duas operações com 10% de ganhos para ficar no 0x0 (este exemplo considera o mesmo position sizing, que é quando o investidor aporta o mesmo financeiro em cada ativo).
* Ângela Tosatto é analista de investimentos da Nu invest
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