Pergunta do leitor: Vale a pena esperar para investir no novo título da Tesouro voltado para complementar a aposentadoria?
Resposta de Fernando Cândido*:
Cada vez mais o governo tem se preocupado com a questão das contas públicas da Previdência. Nota-se que além da reforma da previdência, que estendeu o prazo para os trabalhadores se aposentarem, o governo tem incentivado as pessoas a construírem por conta própria, sua previdência complementar.
O lançamento do Tesouro Previdência, um título do Tesouro Direto voltado para ser usado na complementação da aposentadoria pública, vem somar aos fundos VGBL e PGBL já existentes para esse fim e com benefícios tributários colocados pelo governo como forma de incentivo à criação dessa reserva financeira.
Pelo que se sabe até agora, esse produto financeiro será um pouco diferente pois contará com um período de acumulação de 30 a 40 anos, durante o qual o poupador apenas fará aportes e não receberá qualquer tipo de remuneração neste período.
Vencido o prazo contratado o investidor receberá o valor poupado com os rendimentos em forma de pagamentos mensais, como se fosse uma aposentadoria, durante um prazo também pré-determinado. De toda forma, esse produto ainda está em estudo e as características não estão definidas.
Seja lá qual for a forma escolhida, como o próprio nome diz, estamos falando de uma reserva para a longevidade e para tanto, devemos colocar na balança a questão do tempo. Ou seja, quanto mais cedo começarmos a poupar, menor será o esforço para atingirmos o volume julgado necessário para uso na aposentadoria. Assim, esperar por um produto novo, cujas características são incertas, pode causar perdas.
Pelo fato de que investimentos como estes são feitos na maioria das vezes com aportes recorrentes, você tem vantagens de comprar ativos em diversos momentos econômicos, no entanto é importante lembrar que a diversificação dos ativos na carteira irá contribuir sensivelmente na mitigação dos riscos.
Uma forma de garantir que isso ocorra de modo equilibrado é você procurar uma gestão profissional que trabalhe ativamente pelo crescimento do seu patrimônio. Como esses títulos são de renda fixa, compor uma carteira com outras classes de ativos, como ações e dólar, entre outras, costuma ser a melhor solução, embora exija conhecimentos profissionais para ser feita.
*CPA-10, Planejador Financeiro na Fiduc.
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