Até a concretização do pedido de recuperação judicial, a possível fraude contábil das Americanas foi o assunto mais debatido na última semana. Analistas tentavam encontrar onde estava o rombo de R$ 20 bilhões – que na verdade é pouco mais que o dobro – revelado por Sergio Rial em apenas nove dias no cargo de CEO.
O balanço contábil – protagonista da história – revelou que na verdade, o que era despesa com fornecedores deveria ser contabilizado como dívida com bancos. Aliás, a cifra dessa dívida se sobrepunha duas vezes mais que o valor de mercado da varejista antes do escândalo vir à tona. Mas após descoberto, o montante é 42 vezes maior que os atuais R$ 900 milhões que a Americanas segue avaliada no mercado.
O que muitos questionam é como, por anos, uma das varejistas mais antigas e de maior prestígio no país pode esconder tão bem de analistas, do mercado, de auditorias e da própria Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que seu patrimônio líquido era inexistente quando feitas as contas da forma correta.
Como empresa de capital aberto, a Americanas (AMER3) está em um mercado regulado: é obrigada a divulgar seus resultados financeiros até 45 dias após o fechamento de cada trimestre, segue diversas diretrizes da CVM e da própria B3, além de ser auditada. Se todas essas camadas não foram suficientes para coibir abusos, a solução pode ser o uso da tecnologia blockchain, hoje vista como a tecnologia mais avançada e confiável para coibir fraudes.
Inicialmente, a blockchain foi criada para viabilizar o uso de criptomoedas, já que ela permite registrar todas as transações feitas com os ativos. Essa transparência, resultado de um sistema de dados descentralizado, atraiu olhares de instituições financeiras e empresas diversas, que usam o sistema para registrar dados e cadeias de suprimentos.
O setor financeiro vem evidenciando interesse bilionário pela tecnologia por uma série de vantagens que oferece. Dados gravados na blockchain, por exemplo, nunca podem ser alterados. Além do mais, o uso também pode significar economia para as empresas, já que dispensa intermediários. Por fim, os dados registrados podem ser conferidos a qualquer hora, sem custos, por qualquer pessoa e de forma criptografada.
Assista ao Criptonews e entenda como a tecnologia blockchain pode tornar balanços financeiros como o da Americanas transparente e blindado contra fraudes.
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